Nunca senti peso e nenhum tipo de pressão por causa do meu apelido. Mas sabes o que senti e ainda sinto todos os dias? Um orgulho imenso. Isto porque o meu tio, o meu avô e o meu pai sempre me acarinharam bastante e nunca me fizeram sentir que tinha algo a provar. Se eu conseguir fazer um vigésimo do que eles fizeram no desporto para mim é motivo de orgulho. Cresci a ouvir mil e uma vezes as histórias do meu tio e do meu avô que me faziam sentir como se estivesse a ver o meu avô a jogar ou a liderar como treinador a equipa do FCP ao tricampeonato ou a tornar o Vitor Hugo no melhor de sempre (ele tinha um carinho enorme pelo Vitor, como se fosse mais um filho para ele). Ainda tive a sorte de ver o meu pai jogar e de ouvir também as histórias de alguns momentos que o marcaram, e o mais bonito deles foi a época de campeão nacional pela AAE. Dá para sentir todo a carinho e amizade que ele tinha por essa equipa. Por isso Francisco, pressão nunca, orgulho constante!
Sempre. A primeira vez que entrei num pavilhão foi com o meu avô na AAE. Ensinou-me a andar de patins quase antes de saber andar. Podia ter sido jogadora de hóquei, mas a minha mãe trocou as ideias ao meu avô. Aos sete anos o meu pai incentivou-me a começar a jogar voleibol e a partir daí nunca mais larguei o desporto. Acho que já nem consigo imaginar como teria sido a minha vida sem desporto, sem os treinos ao final do dia, sem os jogos e viagens de autocarro nos fins de semana, sem as emoções do “balneário”, sem a equipa.
No ringue de patinagem do Pavilhão Arquitecto Jerónimo Reis – casa da Associação Académica de Espinho – com o Avô, Vladimiro Brandão
Acho que tentei ser aplicada em todas disciplinas. Não percebo porquê, mas português era a disciplina que menos gostava. Sempre fui apaixonada pela matemática e pela física. Adorava e adoro números. Penso que este carinho pelos números ditou em parte a minha escolha pelo curso de engenharia mecânica na FEUP.
Francisco, não sei se sabes, ou pelo menos já ouviste dizer, o balneário de uma equipa feminina é um furacão de emoções (acho que todas as minhas antigas colegas de equipa vão concordar com isto!). Quando no início de uma época alguém disser que vai ser tudo tranquilo, ignora, é uma grande mentira! Nos últimos 5/6 anos tive a oportunidade de ser capitã de equipa e tive a responsabilidade de tentar ser um exemplo para as minhas colegas. Numa equipa todas são diferentes, cada uma tem mil problemas e encara-os de forma completamente diferente. O meu grande desafio foi saber lidar com todas elas e de maneiras totalmente diferentes. Fez-me crescer bastante e fez-me ser uma pessoa mais sensata, tranquila e desenrascada. O saber lidar com problemas diferentes e escolhas difíceis é o meu dia a dia profissional como engenheira de produção. Toda a gestão que tinha de fazer no balneário é semelhante aos meus desafios profissionais diários.
Voltando à primeira pergunta, senti orgulho! Eu sei que a maioria das pessoas conheceu o meu avô como um grande Homem e atleta. Eu tive a oportunidade de conhecer uma outra versão dele. O meu Vô. A pessoa que mais gostava de mim neste mundo. A pessoa que fazia tudo por mim. A pessoa que só me queria ver feliz. Devo ter sido das únicas pessoas com quem ele nunca gritou dentro do ringue de hóquei da AAE. Eu tive acesso a um Vladimiro Brandão que mais ninguém conheceu, acho que nem mesmo a minha mãe nem o meu tio. Por isso, na maioria das vezes, eu olhava para ele apenas como o meu avô e não como um dos maiores atletas da nossa cidade. Lembro-me bem dessa homenagem na Nave. Foi um dos momentos que me fez cair a ficha, fez-me realmente perceber a magnitude dele. Milhares de pessoas de pé a bater palmas ao meu avô. Arrepio-me só de me lembrar!
Até me fazes sentir velha (sorrisos!). Calma que ainda tenho mais dois anos e meio até entrar nos 30! Gostava de poder ter viajado muito, mas muito mais. Viajar foi uma das coisas que ainda não tive a possibilidade de fazer tanto como gostaria. Conhecer o mundo, diferentes culturas, diferentes paisagens. Abdiquei muitas vezes de viajar em prol do voleibol, mas, em princípio, esta vai ser a minha última época por isso já não tenho desculpa para não marcar viagens. Tenho cinco viagens que gostava de fazer nos próximos anos: Rio de Janeiro, Ibiza (com as amigas), Nova Iorque, percorrer parte da Indonésia e um mochilão na América Latina. Agora só falta marcar.
Acho que na altura ainda não tínhamos bem noção do impacto que esta pandemia iria ter. Para mim foi difícil mudar a rotina a que estava habituada há quase 20 anos – treinar e dividir quase todos os dias o balneário com as minhas “babes”. Nas primeiras semanas ainda acreditávamos que íamos voltar e acabar época. Quando soube que não íamos poder jogar foi muito triste. Ainda por cima íamos começar a fase dos primeiros e lutar pela subida de divisão. Todas queríamos realizar este sonho de fazer o espinho subir à primeira divisão. Fiquei desolada por não o poder fazer com aquele e grupo, todas ficámos.
Para mim não foi bem uma transição. Não foi uma troca de Espinho pela Académica. Não saí do Espinho porque ia jogar para a Académica. Já não estava a conseguir conciliar a minha vida desportiva com os meus compromissos profissionais. Estava a começar a ficar completamente desgastada, física e psicologicamente. Andava sempre a correr, muitas vezes chegava atrasada e já nem sequer conseguia ir a todos os treinos. Mas eu queria sempre estar presente para o grupo, para as minhas colegas. Foi muito difícil tomar a decisão e dizer que não ia conseguir fazer parte do grupo na época seguinte. Mas cheguei a um ponto que tive de pensar um bocadinho mais em mim. Sabia que não ia conseguir assumir um compromisso tão grande que iria exigir de mim mais do que iria conseguir dar à equipa, às minhas colegas, ao meu clube. Estava decidida a abrandar e a ter mais tempo para mim.
Quando reencontrámos a Rita na Nave Polivalente de Espinho, já com a camisola da Associação Académica de Espinho.
A Académica surgiu numa altura em que ainda estava a sentir bastante a morte do meu avô e senti que de alguma forma estava a ter a oportunidade de prestar a última homenagem. Vestir a camisola do meu avô no seu clube de coração! O projeto da Académica não implicava um compromisso tão grande como o do Espinho e ia acabar por conseguir ter mais tempo para organizar a minha como tinha idealizado quando decidi deixar de fazer parte da equipa do Espinho.
Sinto-o sempre quando entro no pavilhão da académica. Eles colocaram uma fotografia dele no pavilhão e a primeira coisa que faço agora quando lá entro é olhar para ele. Passei tanto tempo com ele naquele pavilhão. Era o nosso sítio. Desde pequenina lá ia eu com o meu avô ver todos os jogos de hóquei. Ele adorava ser treinador de bancada (sorrisos!), sempre a dar indicações. E o melhor é que os jogadores olhavam para ele e ouviam o que dizia.
É um orgulho ver o nome dele na escola de patinagem. Também fiz parte da escola e todos os fins de semana estava lá com ele. Tive o privilégio de ter o melhor treinador só para mim. E ainda me lembro que durante a semana, se ele tivesse a oportunidade e me conseguisse convencer, lá íamos nós para académica andar de patins os dois.
É sempre a correr. Acordar em cima da hora, pequeno almoço a correr e seguir para a empresa. Sou engenheira de produção e adoro o que faço. Adrenalina máxima todos os dias. No fim do dia, se não fosse a pandemia, o normal seria ir direta da empresa para o pavilhão nos dias de treino ou beber um copo com amigos numa esplanada qualquer. Tendo em conta esta situação tento fazer pelo menos parte física em casa. No fim de semana tento abrandar um bocadinho o ritmo e focar-me nos acabamentos do meu apartamento (orgulho máximo! Finalmente estou a preparar-me para abandonar a casa dos pais (sorrisos!). Ah, e uma das coisas que não abdico ao fim de semana é de ir até lá baixo ver o mar.
Agora até me fizeste pensar. Mas não, não tenho nenhum amuleto. Não sou supersticiosa. Acredito muito mais no esforço e dedicação do que na sorte. O mais próximo de um amuleto para mim só se for o elástico do cabelo que uso para treinar. Normalmente uso sempre o mesmo durante a época.
Que memória boa de relembrar. Essa brincadeira começou depois de um jogo contra o Sporting na Nave em que ganhamos 3-1 e eu fiz muitos pontos de block out. Sei bem que não sou muito alta para jogadora de voleibol e também não salto tanto como devia (tristeza máxima). O meu pai goza comigo. Diz que não herdei os genes dele que saltava mais de um metro. Não sendo muito alta e saltando pouco tinha de me safar de alguma forma mais técnica.
Tenho três músicas que estou sempre a ouvir no carro. “Brillo” da Rosalia com o J. Balvin, “Uma Lua” dos Melim e “Watermelon Sugar” do Harry Styles. Sou menina para ouvir estas músicas em loop o dia todo.
Todos os livros do Harry Potter. Foi sem dúvida a saga que marcou a minha infância e adolescência. Recentemente voltei a ler todos os livros outra vez e na época de Natal faço sempre maratona dos filmes. Sou completamente viciada.
O meu avô adorava o desporto e passava horas a contar-me as mil histórias da vida desportiva dele. Uma das coisas que dava sempre para perceber era que ele gostava de ganhar. No entanto, apesar de ver o brilho nos olhos dele quando falava das vitórias, sempre me disse que nunca devemos achar que somos melhores do que ninguém, nem deixar que achem que somos inferiores. O meu avô tinha um feitio filho da mãe (a maioria dos amigos dele ou as pessoas que tiveram algum contacto com ele devem achar o mesmo – sorrisos!) e não deixava que ninguém o deitasse abaixo, pelo menos sem dar luta. Para ele, a única forma de provar alguma coisa tinha de ser dentro do campo com esforço, dedicação, atitude e, acima de tudo, muito amor à camisola. Isto era o que ele me tentava incutir sempre que relembrava alguma história do passado.
Francisco, o Espinho vai ser sempre o me clube de coração. Foi o clube do meu tio Valter (irmão do meu avô) e da minha tia Clara. Foi o clube onde o meu avô e o meu pai jogaram. Vai ser para sempre o clube do Toninho e do Sr. Abílio. É clube dos Desnorteados (um obrigado especial ao Victor Gomes que sempre foi incansável a puxar por nós em todos os jogos). O clube dos grandes jogos na Bombonera. O clube que me viu crescer e que ajudou a moldar a pessoa que sou hoje. O clube que me deu alguns dos melhores momentos da minha vida. O clube que me deu amigas e amigos para a vida. Ri e chorei muito de tigre ao peito. Vai ser para sempre o meu clube. O meu Espinhinho.
Pela Académica tenho um carinho imenso. Foi sempre o clube de coração do meu avô, da minha mãe e do meu tio Valter (filho do meu avô). É o clube onde tenho algumas das memórias mais bonitas com o meu avô. Nunca vou esquecer os dias que passámos no pavilhão a andar de patins os dois, a ver jogos de hóquei, de voleibol, de hóquei em campo. E quando ele me levava aos trampolins? Era felicidade pura mim!
Numa final entre Espinho e Académica, independentemente do emblema na camisola, de certeza que me ia lembrar do que o meu avô me disse uma vez…”as finais são para se ganhar”.
Sinceramente, em relação à terceira divisão, já não espero nada. Não sei se vamos voltar. O que eu quero mesmo é ver o Espinho subir à primeira divisão. Quero ver as minhas amigas fazerem o que queríamos ter feito antes desta pandemia acabar com o nosso sonho na época passada. Posso já não fazer parte da equipa, mas vou estar lá a festejar com elas de certeza.
Acho que todos em algum momento da nossa vida pensamos que se tivéssemos feito as coisas de outra forma ou feito outras escolhas, de alguma forma seriamos mais felizes. Mas sabes o que acho? Se mudasse alguma coisa no meu caminho, possivelmente não seria a pessoa que sou hoje. Acredito muito que todas as decisões que tomamos e todos os caminhos que escolhemos, certos ou errados, moldam a nossa personalidade. O truque é saber lidar e aprender com as consequências das nossas ações e decisões. Acho que muitas das vezes mais vale arriscar do que ficar com a dúvida para sempre na cabeça. Podia ter o escolhido o hóquei em vez do voleibol? Podia. Mas neste momento não teria os melhores amigos que alguma vez podia imaginar. Podia ter tirado o curso na força aérea? Podia. Mas talvez não me sentisse tão realizada na minha vida profissional. Podia nunca ter jogado voleibol e nunca ter tido 12 entorses nos pés? Podia. Mas nunca iria saber todo o esforço e dedicação que a recuperação de uma lesão envolve. Nunca iria saber o que é fazer parte de uma equipa. Podia ficar a trabalhar para sempre na mesma empresa e garantir a estabilidade? Podia. Mas onde está a adrenalina? Onde está o desafio? Onde está a vontade de evoluir? Onde está a vontade de crescer e de fazer parte de outros ambientes profissionais? Por isso Francisco, a resposta é não. Não mudaria nada no meu caminho porque de certeza que não seria a mesma Rita Brandão que sou hoje e porque neste momento, independentemente se escolhi o caminho certo ou errado ou se tomei boas ou más decisões, sou feliz. Isto é o mais importante.
Humildade. Tenha perfeita noção que para conseguirmos alguma coisa é preciso esforço e dedicação. Não sou melhor do que ninguém. Nada cai do céu.
Esta é fácil. COM ananás!! (Não sejam esquisitos! Provem antes de dizer que não gostam (sorrisos!)
Bandida para os sunsets e gin para as noites de festa.
Mágico.
Budapeste.
Viajar.
Da minha vida académica, das equipas de voleibol que tive oportunidade de fazer parte nos últimos 20 anos e de todo o carinho da minha família e amigos.
Obrigada por me terem dado a oportunidade de vos dar a conhecer um bocadinho de mim e um obrigado especial ao Francisco por todo o carinho que sempre tiveste pelo meu avô.
De coração cheio,
Brandão
É possível morrer de amor? Perguntei eu uma vez! Não! Nunca ninguém morreu disso! Nem mesmo Inês? Aí, fez-se silêncio. Silêncio, a palavra que marca o início da noite no idílico cenário do Castelo.
Mas podemos morrer por amor à arte? Ao teatro? À esperança no futuro melhor? Se sim, Inês e Pedro provaram-no! Pedro fez finca pé ao pai por se ter apaixonado pela dama de companhia de Constança. Foi amor à primeira vista, e tal como o primeiro (e verdadeiro) não se esquece. As Décadas de Sonho, empresa e companhia de teatro especializada em espectáculos históricos, em estreita parceria com o Município de Santa Maria da Feira e a Comissão de Vigilância do Castelo, protagonizaram nos dias 1, 8 e 15 uma recriação que fez esquecer os tempos em que vivemos.
Arregaçaram as mangas, deram as mãos, estabeleceram sinergias e quem ficou a ganhar foram os espectadores, que rumaram àquele lugar. Além de estarem no espectáculo cumprindo as medidas impostas pela Direcção Geral de Saúde (máscara e distanciamento social), eram recebidas por uma vasta equipa que realizou um trabalho notável, (desde logo), o fluxo de circulação controlado, deixando assim de lado o cenário de aglomerados, e cada pessoa que entrava era-lhe feita a leitura da temperatura. As escadas em pedra, calcadas pelo tempo e pela histórias são percorridas por pequenos grupos. Ao chegar ao anfiteatro, (já com o palco e as luzes avermelhadas nas torres) jovens donzelas (vestidas à época) de voz terna e bem colocada acompanhavam aos lugares previamente reservados.
A música convidava ao recolhimento, à melancolia dos amores de outros verões. Quem não perdeu oportunidade de estar presente no segundo dia (8) foi Emídio Sousa – Presidente da Autarquia – que acompanhado de sua esposa, mostrou ser seguro visitar a Feira e participar nos seus eventos em tempo de pandemia. Embora se tenha procedido ao adiamento da viagem medieval, o Município não quis esquecer o evento e apoiou algumas iniciativas (designadamente gastronómicas e pequenos espectáculos). Risco teria sido não levar a cena esta peça, tão bem conseguida pela “Décadas de Sonho”, habituada a criar (e recriar) a história nos mais diversos cenários, mas a receptividade e auxílio do Município e da Comissão de Vigilância do Castelo foram preponderantes para o sucesso.
O certame – com duração aproximada de uma hora e trinta (sem intervalo) – segue os trilhos da história, intercalando momentos de ternura, com diversão (como são os treinos de espada de Pedro e António), das danças tradicionais às orientais, às lutas entre guerreiros nos patamares superiores laterais (o que “Obrigava” o espectador a fazer parte de um todo) ao fogo.
A mim (sem qualquer dificuldade) ecoam (em distintos momentos) três poesias diferentes, mas nas quais deveríamos sentir orgulho. Desde logo com as estrofes que Luís de Camões dedicou à doce Inês:
Estavas, linda Inês, posta em sossego
De teus anos colhendo o doce fruito…
Depois, as palavras de António Zambujo, quando canta:
Sonha um dia amar assim
Por um beijo, num banco de jardim
Mas o amor não é para qualquer um
Ser artista, não é uma vantagem
Os artistas amam um dia
Vendo o amor, apenas de passagem
E depois por Ruy Belo:
Inês morreu e nem se defendeu
Da morte com as asas das andorinhas
Pois diminuta era a morte que esperava
Aquela que de amor morria cada dia
Um momento que não passou de todo despercebido e gerou até grandes aplausos foi o momento em que em palco estava apenas Constança e Inês. A voz de Constança entoando uma melodia / letra bela (embora de sofrimento) arrancou arrepios. A doce Inês permanecia imóvel em segundo plano mostrando diversas emoções. De resto, o elenco soube viajar e transmitir os mais nobres dos sentimentos. E é isso que distingue a cultura do resto.
Esta viagem por “Pedro e Inês – O amor proibido” tem um desfecho diferente da “história”, Inês reaparece em cena viva e é coroada rainha, levando a corte a beijar-lhe a mão, vestida num tom branco que assentava na perfeição. A última dança de Pedro e Inês é a recriação no paraíso, ambos de branco e o tão esperado “juntos até ao fim”.
Texto: Francisco Azevedo
Fotografia: Francisco Azevedo & Pedro Fonseca
Nasceu em 1986, na cidade da Maia, romântica, perfeccionista, apaixonada pela natureza e naturalmente pelos livros. Formada em Engenharia Eletrotécnica e Marketing, trouxe ao mundo aos trinta e três anos o “Esquece Quem Eu Sou”. Não a quisemos esquecer e foi com sabor a café e vista sobre o mar que se desenrolou a agradável conversa que agora disponibilizamos. Somos vizinhos e praticamente desconhecíamos, mas há algo que nos une: a criação do zero de uma personagem Rita e de um Ian que prometem fazer sonhar. É apaixonada pela cidade do Porto, fã de Miguel Araújo e quer virar a página na oferta literária “com bolinha vermelha” em Portugal. Sem mais demora, para o Sílabas & Silêncio a primeira conversa de 2020!
(Francisco Azevedo/FA) – Catarina, obrigado teres aceite esta conversa. Se o dia oito de fevereiro fosse um perfume, que aroma teria?
Catarina Gomes (CG) – Frésias.
FA – Deste vida à Rita e ao Ian. Como começou esta viagem literária?
CG – Esta viagem começou em outubro de 2017, num dia comum de férias de Outono em que não havia nada de interessante para fazer. Tinha acabado de ler uma série de romances eróticos ou New Adult, já que eram todos traduzidos, e fui à procura do mesmo estilo escrito em português. Não encontrei nada e não percebia porque é que ninguém escrevia nesse estilo. Então, pus-me a folhear os livros que tinha lido, pensando: “isto são cerca de 300 páginas, não é assim tanto… Ok, eu sou capaz”. Foi assim que nasceu o meu primeiro livro, da vontade de ler mais, e criei esta história para mim, para eu ler. E da vontade de representar um género literário que, em Portugal, é totalmente dominado por autoras americanas e do Reino Unido. Já não escrevia desde a adolescência, a não ser conteúdos científicos!
FA – Recentemente, no Facebook partilhaste um poema – um intemporal de Fernando Pessoa. O amor, para ti é “fogo que arde sem se ver…”?
CG – Quem me dera conseguir pegar nesse poema e reescrevê-lo, sob a minha interpretação. É algo que arde sem se ver, sim, mas não um fogo… é algo mais lento, mais ponderado.
FA – Barbara Walter diz que uma boa pergunta é aquela que a nossa mãe nos ensinou a nunca fazer. Que boa pergunta fizeste hoje? Ou nos últimos dias? Tens sempre resposta para uma pergunta que não gostasses que te fizessem?
CG – Na realidade, não há perguntas desconfortáveis para mim. Além disso, sou demasiado impulsiva, para ter uma resposta treinada.
FA – Determinação e ambição são características da Rita. Em que momentos te revês na personagem principal?
CG – Em todos! Mas, enquanto a Rita é determinada, eu diria que posso ser um pouco “obstinada”, para meu próprio mal.
FA – A Rua de Sá da Bandeira e a “Dama de Copas” têm mais valor para ti desde o dia oito?
CG – Sem dúvida! Tenho um carinho enorme pela Dama de Copas, pelas pessoas que lá trabalham e pela Inês Basek, Margarida Furst e João Coimbra. O dia 8, em Sá da Bandeira (Porto) e o dia 14, em Santa Justa (Lisboa), foram apenas mais um passo que demos juntos, numa jornada onde sinto que eles estão sempre ao meu lado.
FA – As viagens são cruciais para depois no sossego do lar criar uma personagem e viajar por outros mundos?
CG – “Esquece Quem Eu Sou”, baseia-se muito nas minhas vivências na cidade do Porto, aos dias de hoje. Mas, sim, novos lugares ajudam imenso a criar novas personagens e interação entre elas, nesses mesmos locais.
FA – Um romance que “… possui todos os ingredientes para nos envolver…”? Que traços da Rita transportas de forma inconsciente para o teu dia-a-dia?
CG – A sua determinação e perseverança, indubitavelmente. E, aproveito a pergunta para abordar outro tema. A Rita é muito segura, não tem medo de perseguir os seus sonhos, não tem vergonha de dizer o que sente, nem de si mesma. De certa forma, julgo que a maioria dos romances ainda apontam uma mulher insegura e dependente do amor de um homem ou de outra mulher para se afirmar. A Rita não é nada disso! E, subtilmente, quis passar, precisamente, essa mensagem. Todas as mulheres têm direito ao amor, independentemente do seu aspecto físico, da sua profissão, das suas ambições, etc… Acho que é esse o ingrediente que nos envolve. A mulher moderna irá rever-se na Rita; a mulher “antiquada”, quererá ser como ela.
FA – Que livro “com bolinha vermelha” mexeu mais contigo?
CG – Curiosamente, um que tem “bolinha vermelha” literal na capa, mas que não chega aos calcanhares de vários que li que não têm essa marca visível, mas que mereciam. Chama-se “Confia em mim”, de Jennifer Armentrout, uma autora que, na minha opinião, escreve sempre bem, independentemente do estilo.
FA – Em “Todo o azul do mar” há uma passagem que diz “… Foi assim, como ver o mar. A primeira vez que os meus olhos se viram no seu olhar. Não tive a intenção de me apaixonar. Mera distração e já era tempo de se gostar…”. É indissociável o mar do amor?
CG – Esse poema é lindo (olhinhos com corações). Apesar de gostar de alguma poesia, não sou nada poética, pelo contrário, sou muito literal. Portanto, não vejo qualquer relação entre ambos. As pessoas adoram exprimir o amor sob a forma de coisas belas, como o mar, o céu, o universo… sempre em escalas megalómanas! Apesar de adorar a natureza, prefiro descrevê-los através de bens terrenos e vulgares, como “gelatina”, “meias quentes”.
FA – Apaixonada pelas letras desde cedo. Quantos livros tens em casa?
CG – Espera, vou contar! Impressos, 89. O meu problema é não ter uma estante, tenho-os espalhados pela casa.
FA – Passando agora um bocadinho pela arte & ofício da escrita. Preferes o silêncio ou a mesma música?
CG – Silêncio!
FA – Assusta uma página em branco?
CG – Nada! Quer apenas dizer que é hora de começar a escrever!
FA – Criar uma obra do zero nunca é fácil. Que processo não prescindes / levaste em conta para o “Esquece Quem Eu Sou”?
CG – Vou batizar, agora mesmo, um processo de escrita. Chama-se o “processo do prazer puro” de viver noutra casa, noutra cidade, com outras pessoas, frequentar outros lugares.
FA – Foram quantos meses de escrita?
CG – Estás-me a envergonhar, Francisco! Escrita, propriamente dita, e construção da história, cerca de 15 dias com paragem para comer, banho e pouquíssimas horas de sono. Entrei na história de uma maneira que ainda hoje não sei como fui capaz! Depois, precisei de cerca de 1 ano, para limar tudo e dar um fim à história.
FA – A Rita, o Ian, o amor, as incertezas, os cenários… Quanto tempo povoaram a tua cabeça? Já depois do ponto final?
CG – Ainda povoam! 🙂 Adoro aquelas duas personagens, afinal vivi com elas mais de um ano e foram as primeiras.
FA – Não sais de casa sem um livro. Que livro estás a ler? Recomendas?
CG – Estou a ler “O Poder Surpreendente das Ideias Absurdas” e, sim, recomendo, para quem tem receio de sair da caixa, de vez em quando.
FA – As booktubers são muito populares no mercado brasileiro, mas aqui em Portugal há poucas. Quem segues?
CG – Honestamente, nenhuma, ainda. Só há poucas semanas, comecei a dar os primeiros passos no Instagram e conheci algumas bookstagrammers. Penso que ainda temos muito para crescer nesse campo, e, a respeito disso, talvez tenha novidades em breve. 🙂
FA – Se este livro (bonito design da capa!) tivesse uma banda sonora, que dez temas incluirias?
CG – Dez, Francisco!?
– Who are You? – SVRCINA
– Close – Nick Jonas ft. Tove Lo
– Elegy for the arctic – Ludovico Einaudi
– How would you feel – Ed Sheeran
– Antes delas dizer que sim – Bárbara Tinoco
– Tonto de ti – Miguel Araújo
– Hurt for me – SYML
– You – Two Feet
– Fleurie – Breathe
2 Notas
CG – Tenho de aproveitar para dar os parabéns e registar um “Obrigada” ao Gonçalo Cardal Pais, da Emporium Editora, que foi quem desenhou a capa. Não sei o que se passou na cabeça dele, mas é a janela para a história do livro, sem sombra de dúvida, e é a minha cara! Segunda nota: Miguel Araújo, porque o considero um músico e poeta brilhante e porque é da nossa cidade, e que bem que ele a descreve!
FA – Referes no passado dia vinte e um de Fevereiro que “… a melhor parte de escrever um livro é saber que fiz alguém perder a noção do tempo…”. Que sensações um livro precisa de provocar em ti?
CG – Sensação de leveza e despreocupação, sensação de que não existe mais nada à minha volta. Sou só eu e aquelas personagens, num lugar qualquer que estou a visitar pela primeira vez.
FA – Um sonho que gostarias de ver realizado ainda este ano de 2020?
CG – Prefiro falar de objetivos. E, por acaso, prende-se com livros. Espero ver o meu segundo romance terminado, revisto, aprovado pelo meu “grupo privado de pré avaliadoras” e, se correr bem, editado. (Para voltar à Dama de Copas em Fevereiro de 2021).
Cati Freitas nasceu em Braga e traduz em tudo o que faz com as características de uma mulher do norte. Em 2003 abraçou a música na televisão ao participar na segunda edição do “Operação Triunfo”.
Na cidade dos arcebispos foi onde iniciou o percurso musical, tendo depois apostado em formação de canto no Porto, e como o mundo é pequeno, em conversa com a sua professora descobriu que o filho trabalhava com o produtor Tiago Costa – com quem viria a gravar o seu primeiro álbum “Dentro”, gravado entre Brasil e Portugal entre 2011 e 2012.
Antes, já havia participado em projetos musicais com nomes como Rui Veloso, Sara Tavares ou Expensive Soul. Claramente influenciada pela biblioteca e cultura MPB, pop e o cada vez mais apreciado Jazz, Cati Freitas não quis deixar acabar o ano de 2018 sem lançar o segundo álbum, desta vez com dez temas da sua autoria, o álbum fecha com “Perdidamente” de Florbela Espanca. Entre concertos de promoção de norte a sul, Cati encontrou uns minutos para uma troca de ideias e emoções sobre palavras do “Estrangeira”.
Francisco Azevedo – “…Quem serei eu afinal, se o fado triste não me encontrou? Serei eu uma estrangeira ou, simplesmente, quem eu sou?…”. Em que momentos Cati, te sentes estrangeira?
Cati Freitas – No momento em que o meu primeiro disco não foi colocado na Música Portuguesa. À parte disso, nunca me senti Estrangeira, muito pelo contrário.
2) FA – Se um beija-flor vem ao teu encontro, que momentos reservas só para ti no teu quarto?
CF – Os da escrita, da criação e da assimilação da vida.
3) FA – “… Falo com Deus, para beber água pura, e matar minha sede, no que a alma procura…”. Foi possível neste álbum encontrar respostas a questões em suspenso?
CF – Sim, o processo de composição deste disco foi claramente, além do desafio da experiência artística das onze canções que o constituem enquanto cantora e compositora, um processo minucioso de construção e desconstrução interior. Existencial.
4) FA – Percebe-se quando os teus olhos dizem não?
CF – Sim.
5) FA – A saudade atenua-se num sonho?
CF – Por vezes sim. Por vezes é mesmo a única maneira de nos sentirmos mais perto de quem amamos.
6) FA – Que importância tem a natureza numa arte como a composição?
CF – A de nos levar a escutar.
7) FA – Uma história que merece ser lida em silêncio…
CF – A de um grande amor.
8) FA – Minhota de gema. Que características não passam despercebidas na personalidade e na música?
CF – Força de expressão, fé, elegância e tradição.
9) FA – A solidão também pode ser doce?
CF – Sim. Mas isso exige que não tenhamos desistido de nós mesmos e nem dos outros.
10) FA – Se existir um retrato do sentimento, seria a cores ou a preto e branco?
CF – A cores.
11) FA – Vivemos num país com uma palavra intraduzível: Saudade. Que importância têm as palavras de Florbela Espanca no teu percurso?
CF – A de se ter sede de infinito.
O trabalho da Cati Freitas pode ser encontrado nas plataformas digitais e nos locais habituais.
https://itunes.apple.com/pt/album/estrangeira/1440148971
O comércio de Espinho deu na noite de sábado uma demonstração tácita de união dos vários estabelecimentos comerciais que se dividem entre a rua 19 e a 23. O restaurante do Hotel Monte Lírio vestiu-se a preceito e a equipa de António Almeida acolheu muito bem os cerca de setenta participantes. A ideia de juntar os lojistas de uma cidade aconchegante como Espinho partiu de Alexandra Pinhal, Conceição Rodrigues e Fátima Almeida. Algumas ausências foram notadas mas não esquecidas, nomeadamente nos discursos do Eng.º Henrique Rodrigues da “Sópequeninos”, da Fátima Almeida da “Los Guapos”, da Conceição Rodrigues e do senhor Manuel Oliveira da “Confeitaria Pá Velha”. Os brindes, os sorrisos e as brincadeiras foram uma constante até bem perto da meia noite.
O associado “Mar de Prendas” na pessoa do seu responsável José Pinho brindou todos os presentes com um íman alusivo à arte xávega. Quanto a futuros encontros ninguém fechou a porta e o feedback ao jantar foi muito positivo.
Espinho tem uma estação onde ainda pára o Vouguinha, comboio histórico que traz pessoas todos os dias oriundas de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis. A estação já não oferece as condições de outrora.
Ao lado direito da imagem pode vislumbrar-se as obras de requalificação do canal ferroviário, obra da autoria do Gabinete de Arquitetura RDLM em parceria com Francisco Mangado – arquiteto basco. A linha é unitária, os comboios esperam um pelo outro sensivelmente a meio da viagem (Paços de Brandão).
A passagem para a zona piscatória e muito característica de Espinho faz-se por um corredor temporário onde se vê ainda a bancada (lado este) do Comendador Manuel de Oliveira Violas. Esta zona da cidade está a ficar claramente na moda com vários restaurantes em que o prato forte é o peixe e marisco. Ainda se vive da arte xávega.
As obras de requalificação decorrem a um passo acelerado, sendo visível já a pala que servirá para concertos e outros eventos culturais. O estádio ficará na memória de todos os espinhenses. Atualmente, a equipa (Sporting Clube de Espinho) joga no campo do Fiães, que está localizado a aproximadamente 8 quilómetros. Os adeptos chamam-se Desnorteados e acompanham o Espinho em vários estádios.
Os cafés sempre frequentados por pessoas da cidade e não só. A Casa Zé Grande tornou-se numa espécie de ponto de encontro quando o Sporting Clube de Espinho jogava no “velhinho”. O seu presidente – Bernardo Gomes de Almeida – é um cliente assíduo bem como os sócios antes dos jogos e no intervalo.
Da antiga fábrica de conservas Brandão Gomes pouco resta: a antiga chaminé vermelha, a fachada e a estátua da varina a apontar para o nome. Atualmente existe um Fórum de Arte e Cultura de Espinho onde se organizam exposições, conferências num auditório. Desde o meio do ano corrente que existe um Espaço Cidadão.
A autoria da obra pertence ao espinhense Carlos Nuno Lacerda Lopes, o FACE como é conhecido – tem um espelho de água onde se realizam alguns concertos e serve de apoio à esplanada. No edifício estão algumas instituições e uma escola de bailado – Isabel Lourenço. O espaço está ao cuidado de um historiador que conhece bem a cidade de Espinho – Armando Bouçon, que é também responsável pelo serviço de Cultura e Museologia do Município.
A pesca continua a ser praticada quase de forma artesanal, agora já não têm apoio dos bois, atualmente os barcos são puxados por tratores que deixam as suas marcas na areia. A praia é várias vezes palco de aglomerado de turistas que assistem a esta arte.
Os barcos têm todos nomes relacionados com Espinho e com as suas personagens bíblicas. O número de companhas diminuiu mas as que existem fazem questão de sair ao mar o máximo de vezes possível. No verão chegam a fazer quatro viagens por dia. O recolher das redes é um dos pontos altos. Uma visita obrigatória com câmara. Os pescadores são pessoas afáveis, simpáticas e não se importam que alguém as fotografe, mas evite fotografar sem pedir autorização.
Quando não estão no mar (e quando regressam) passam horas ao sol a arranjar as redes, a confraternizar no bar “O Pescador” muito apreciado pela comunidade local. Ao fim-de-semana há karaoke e boa disposição. Os apoios de pesca foram dados pelo executivo em funções e na altura com o presidente da junta de freguesia de Silvalde – Marco Gastão.
Nem sempre estão com companhia. Há “artistas” que preferem o silêncio e o sossego para arranjar os seus equipamentos.
A oportunidade que tivemos de conhecer alguns pescadores – fruto também da forma de estar na fotografia – foi-nos possível conhecer alguns números que nos deixaram espantados, como por exemplo a extensão das redes e a distância que as cordas percorrem mar adentro. São recolhidas e colocadas em pequenos montes junto aos apoios. Nesta zona estão também alguns barcos, este com o nome “Douro”.
A comunidade local utiliza a fonte solar para secar a roupa, o que permite sempre umas fotografias engraçadas.
Esta passagem é também utilizada pelos pescadores para arranjar as redes que quando saem do mar sofrem alguns cortes. A maioria dos pescadores sabe fazer o seu arranjo mas alguns recorrem às mulheres quando estas se encontram a estender a roupa.
A ligação das pessoas do mar aos animais é um dos pontos que marcam esta passagem por Espinho. Os cães, por norma sem raça definida vivem a vida em harmonia com os da mesma espécie e é frequente encontrar os pescadores a passear e a mimá-los ao sol.
A sombra criada entre os edifícios em madeira – de apoio à pesca – dá para criar imagens a preto e branco com algum simbolismo. Aqui dois pescadores auxiliam-se nas redes já secas.
Texto e Fotografia
Francisco Azevedo
Pelas dezanove horas do passado dia cinco de Dezembro, o Município de Espinho fez questão de marcar a data do Dia Mundial do Voluntariado com uma gala que trouxe até aos paços do concelho (Salão Nobre) na Praça Dr. José Oliveira Salvador um punhado de convidados que investem horas pessoais para ajudar os outros. O evento que acabou por ser mais uma novidade na semana que honrou os espinhenses e os visitantes com a presença do único Pai Natal português certificado internacionalmente. O evento contou com a presença de Nuno Vasconcelos – Grupo Solverde – a vereadora Eng.ª Lurdes Ganicho com o pelouro da Acção Social e o quinteto de saxofone da Escola Profissional de Música de Espinho.
O evento e os homenageados foram apresentados por Vitor Hugo, figura da RTP, que colabora pelo segundo mandato consecutivo com o executivo liderado por Pinto Moreira. A cerimónia serviu para o Município reconhecer e homenagear os elementos e as instituições que fazem parte do Banco Local Voluntariado (BLV) do concelho.
Conforme referido, não só por Vitor Hugo mas também pela Eng.ª Lurdes Ganicho, o voluntariado é uma actividade inerente ao exercício da cidadania que se traduz numa relação solidária com o próximo, participando, de forma livre e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral. Desenvolve-se através de projectos e programas de entidades públicas e privadas com condições para a integração de voluntários – proporcionando antecipadamente formação necessária. Corresponde a uma decisão livre apoiada em motivações e opções pessoais. Para os menos esclarecidos, o voluntariado enquadra-se nos seguintes princípios:
Todo e qualquer voluntário tem direitos e deveres. Desde o desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos, experiências ou motivações, ter acesso a programas de formação inicial e contínua de forma a aperfeiçoar o seu trabalho; receber apoio no desempenho das suas tarefas com acompanhamento e avaliação técnica, ter um ambiente de trabalho favorável e em condições de higiene e segurança, participar das decisões que dizem respeito ao seu trabalho, ser reconhecido pelo trabalho que desenvolve com acreditação e certificação. Tem como deveres: observar e respeitar as normas e princípios éticos da organização, efetuar formação, respeitar as opções e orientações dos profissionais.
As entidades parceiras distinguidas foram a Associação de Socorros Mútuos de S. Francisco de Assis, a CERCI Espinho, a Paróquia de Espinho, a Delegação de Espinho da Cruz Vermelha e a Liga de Amigos do Centro de Saúde de Espinho.
Os voluntários foram reconhecidos publicamente, tendo a Eng.ª Lurdes Ganicho reforçado a importância do seu papel na sociedade e por vezes a ausência de tempo para eles próprios e família. Foram contemplados com um jantar de Natal com espectáculo no Casino de Espinho. O quinteto da Escola Profissional de Música de Espinho garantiu mais uma vez previamente a qualidade da atuação, tendo sido bastante aplaudidos pelos presentes no salão que tanto se veste para um evento formal como para receber campeões de modalidades em clima de euforia. Com uma vista privilegiada sobre o Parque João de Deus – e atualmente como Jardim Encantado – os presentes não sentiram defraudados e mostraram o seu contentamento com a atitude do Município no seu papel, tantas vezes vulgarizado ou até mesmo esquecido.
Os voluntários distinguidos e homenageados nesta cerimónia foram:
Os presentes foram depois contemplados com um lanche ajantarado no corredor que antecede a sala da Assembleia. A equipa responsável pelo catering é a mesma que está à frente da Cafetaria da Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva – fazendo desde já um agradecimento e um reconhecimento pela qualidade dos produtos e simpatia do pessoal.
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