Num fim-de-semana que fica invariavelmente marcado pelo escândalo de um jogo de futebol no Estádio do Jamor entre as equipas do Belenenses SAD e o Sport Lisboa e Benfica, a cidade de Espinho, as pessoas e equipas associadas do Futebol Popular escreveram mais uma página na sua bela história, são quase 38 anos ao serviço do desporto que movimenta paixões. O futebol popular (como se chama) parece – assim – redutor, mas é a base de tudo. É o lugar onde se criam valores e princípios.
Numa tarde cinzenta e com chuva à mistura, Tiago Paiva e a sua equipa inauguraram na antiga escola primária da Rua do Monte na freguesia de Paramos a sua mais recente casa / sede. Depois de estadias em juntas de freguesia e clubes locais, encontraram naquele lugar em ruínas, algumas vezes apelidado de “presente envenenado” pelos presentes, o espaço ideal, colocando como necessário as condições para um consultório médico (onde fruto de uma parceria, vai estar um médico duas vezes por semana a partir de Janeiro para consultas gratuitas a atletas e colectividades associadas) e um auditório aberto à comunidade onde se realizarão (em excelentes condições) reuniões, audições, e outros eventos.
Fruto da sua pro-actividade e resiliência, Tiago Paiva – e a sua equipa – foram ao encontro de apoios para a concretização de um sonho antigo, uma sede de raiz para poderem desenvolver / idealizar as épocas desportivas com serenidade e segurança, e tal só foi possível com pessoas e empresas do concelho, o que tornará a história e o futuro ainda mais simbólico. A título de curiosidade – e que de resto fora salientado no seu discurso no passado domingo – a AFPCE conta com mais de mil e duzentos atletas, distribuídos pelas freguesias de Espinho, Silvalde, Anta & Guetim e Paramos.
A cerimónia que teve a duração aproximada de duas horas foi pautada por intervenções da engenheira que idealizou a obra, dos presidentes de junta presentes (Vasco Ribeiro – JFE, José Teixeira – JFS, Nuno Almeida – JFAG e Manuel Dias – JFP) do presidente da Associação de Futebol Popular de Aveiro, um representante da FPF, do presidente Tiago Paiva e do presidente da autarquia – Arq. Miguel Reis – que reconhecendo no seu antecessor – Dr. Pinto Moreira – o trabalho em prol desta associação convidou-o para estar ao seu lado no discurso de encerramento dos trabalhos.
A tarde fica também marcada pela entrega de uma peça por parte da Junta de Freguesia de Paramos à Associação.
O edifício, circundado por espaços verdes artificiais (por uma questão de custo de manutenção a médio / longo prazo) divide-se por dois edifícios, um à face da rua (a antiga escola com um gabinete médico, uma secretaria e uma sala com o logótipo embutido na parede branca), e casa-de-banho e um edifício tipicamente industrial com uma estrutura de ferro, um soalho de cores claras e um palco, dotado de um sistema audio-visual.
Para um balanço ainda mais pormenorizado, estivemos à conversa com o presidente da AFPCE – Tiago Paiva.
FA) Tiago Paiva, na qualidade de presidente da direção da Associação de Futebol Popular do Concelho de Espinho inaugura com casa cheia a nova sede. Que sentimento invade neste momento?
TP) O sentimento é de enorme alegria e felicidade por termos concluído um dos projetos do nosso mandato e que já era almejado há muitos anos pela Associação de Futebol Popular do Concelho de Espinho. Uma obra ímpar, digna de registo que irá dar condições excecionais para continuar a levar a cabo o projeto desportivo e social da AFPCE.
FA) A presença de um novo executivo camarário bem como do anterior edil, todas as juntas do concelho onde de resto há equipas e clubes a disputar as duas ligas, é a melhor montra para as outras associações?
TP) A presença do novo executivo e do anterior edil é um sinal claro da convergência que existe na importância da AFPCE para o concelho e para a sociedade. Penso que o anterior edil fez um belíssimo trabalho em prol do futebol popular, mas com este novo executivo abriu-se uma nova esperança para AFPCE. Temos uma forte expectativa neste novo executivo municipal e no seu presidente, que já deu provas de valorizar o mérito, o trabalho, a dedicação e empenho de quem todos os dias dá o seu melhor em prol do associativismo, nomeadamente na AFPCE.
FA) Em algum momento deste processo de uma casa nova houve vontade para desistir ou a sua vontade para escrever mais uma bela história foi mais forte?
TP) Nós quando partimos para um projeto desta envergadura temos logo à partida a consciência que irão aparecer obstáculos e constrangimentos. Mas a capacidade, o rasgo e a ambição das pessoas da direção AFPCE são características que fazem minimizar ou mesmo neutralizar esses mesmos obstáculos. Temos uma postura, e eu em particular, de quando é para se fazer um projeto é para fazê-lo melhor possível, daí a obra estar à vista de todos.
FA) Uma casa cheia é o que espera no próximo dia 7 no Centro Multimeios?
TP) Sim. Sem dúvida! Contamos com a enorme mobilização de toda a associação num momento apoteótico que será a comemoração dos 38 Anos da AFPCE, que culminará com a apresentação do livro “38 Anos a Viver Futebol Popular” da Autora Cláudia Oliveira. Uma cerimónia que terá o privilégio de contar com o Exmo. Sr. Secretário de Estado da Juventude e Desporto – Dr. João Paulo Rebelo – e com o Diretor da Federação Portuguesa de Futebol – Hélder Postiga.
FA) Que projetos ainda estão guardados na sua vida para Associação?
TP) Bem, projetos meus para AFPCE estão sempre no meu pensamento e nas pessoas que trabalham comigo diariamente. Mas temos um ato eleitoral em janeiro e veremos como irão decorrer as coisas. Aguardemos serenamente, mas sempre com a responsabilidade de todos os dias darmos o melhor de cada um nós em prol AFPCE.
Texto e Fotografia: Francisco Azevedo/2021
Um documentário carregado de histórias, de sons, e se me/nos permite, de memórias. Sábado, vinte de Novembro de 2021, uma tarde solarenga, famílias a calcorrear a cidade e um bom naipe marcou presença na emblemática Sala António Gaio, do Centro Multimeios, para a apresentação do documentário “Do Grão à Mó – Moinhos do Concelho de Espinho”.
Henrique Silva (Sonoplastia), Filipe Couto (Filmagens), Armando Bouçon (Museologia), Mário Augusto (Locução), Leonor Lêdo da Fonseca (Câmara Municipal de Espinho), Andrea Magalhães e Mafalda Silva (Biblioteca José Marmelo e Silva)
O trabalho, que tivemos oportunidade de ver, tem a assinatura da Divisão de Cultura e Museologia da Câmara Municipal (Dr. Armando Bouçon, Dra. Andrea Magalhães, Dra. Mafalda Silva e Jorge Salvador), e nas pessoas de Filipe Couto e Diogo Proença que realizaram as filmagens (no solo e no ar) que ocorreram nas freguesias do concelho onde existem ainda alguns moinhos em funcionamento, outros restam apenas vestígios. A história das freguesias que integram o Concelho de Espinho caracterizou-se pela sua ruralidade, visto que uma boa parte da população se dedicava ao trabalho agrícola.
A cerimónia de apresentação contou com uma subida ao púlpito do Centro Multimeios de Leonor Lêdo da Fonseca, ressalvando o trabalho da equipa, mas mostrando tristeza por ser uma arte em vias de extinção. Ao dia de ontem, fora apresentado, na mesma sala, um documentário sobre a Arte Xávega, uma tradição espinhense.
Armando Bouçon é alguém que dispensa apresentações, o seu nome fica inequivocamente ligado ao Museu e Galerias Amadeo de Souza Cardoso, ao Fórum de Arte e Cultura (FACE), às memórias e histórias dos “Cadernos de Espinho”. Abraçou de alma e coração mais este trabalho, contribuindo assim uma vez mais para que os moinhos não sejam esquecidos.
O documentário com duração aproximada de 30 minutos termina de uma forma terna e emocionante, com uma das pessoas resistentes na arte da mó canta uma canção popular. O documentário tem a locução de uma incontornável voz do cinema, também ele de Espinho, Mário Augusto, que apresentou um novo livro. A cerimónia contou com a presença dos presidentes da Junta de Paramos – Manuel Dias e esposa – e Anta e Guetim – Nuno Almeida – onde de resto, existem moinhos que fazem parte do filme.
Será exibido no próximo ano e contará ainda com uma exposição física, com curadoria de Filipe Couto, a quem, enviamos os sinceros parabéns por este trabalho.
Quem por estes dias passar pelo Complexo de Ténis de Espinho – na Rua do Porto – freguesia de Silvalde, de certo sorrirá. Ao momento da reportagem, a gestão agora entregue ao Clube de Ténis de Espinho, recebe a segunda prova desde Setembro, desta vez, o Circuito de Veteranos com a presença de trinta e cinco competidores, cinco competidoras divididos por três escalões.
Numa fase em que ainda se preparam os courts de terra batida no exterior (incluindo o central) e numa fase posterior, os de relva, os três disponíveis no pavilhão recebem entre os dias 15 e 17 o Torneio, desde as nove horas da manhã até ao final do dia.
A mesa com os prémios para vencedores e finalistas (masculino e feminino) está exposta no restaurante, recentemente renovado. Atualmente aberto durante os dias de prova, não serve apenas de restaurante, mas um também espaço de convívio.
O espaço conta ainda com um lugar reservado para os mais novos, e a varanda que tem vistas privilegiadas para o Court Central e os restantes no Complexo (lado sul) está devidamente protegida por lonas de um patrocinador que acreditou na equipa CTE.
Relativamente à competição, à nossa passagem os três campos encontravam-se ocupados com jogos. As finais disputam-se este domingo, e a cerimónia de entrega de prémios terá em princípio a presença do novo presidente da autarquia, Arquitecto Miguel Reis.
Tem razões para sorrir, este jovem tigre! A formação de Ricardo Lemos e Leonel Rosa escreve neste diferente ano de 2021 uma história bonita, com pretensões e desejos de subida. Depois de uma viagem ao Arquipélago da Madeira para defrontar um dos principais adversários e candidatos ao título e consequente subida ao principal escalão, o Sporting Clube de Espinho teve neste fim-de-semana jornada dupla, com poucas horas de descanso entre os dois jogos (Lusófona e ADRE Praiense), mas nem por isso deixou de haver espaço para o espraiar de espírito de tigre. O fim-de-semana fica ainda marcado pelo regresso ao pavilhão (Arena Tigre na Nave Polivalente de Espinho) de público, e entre os presentes, a amiga e ex-atleta Rita Brandão, que não perdeu a oportunidade para matar saudades e apoiar as suas babes.
A equipa entrou bem, descolando no marcador, resolvendo o primeiro set em cerca de vinte minutos, com um parcial de 25 – 12. Na troca de campo, a equipa visitante proporcionou melhores momentos, obrigando a equipa da casa a “dar corda” às sapatilhas, impulsionadas pelo som de palmas e tambor, deixando assim de parte os meses de quase completo silêncio. O jogo de sábado contou com maior assistência (diante da Lusófona) embora estivesse marcado para a mesma hora do segundo jogo de Portugal no Euro 2020. O segundo set teve sensivelmente o mesmo tempo de jogo, com o Sporting de Espinho a vencer por 25-22.
O terceiro set e já com o pensamento nos três pontos, a turma tigre voltou a estar bem em campo, fechando a contagem a seu favor por 25 – 19. Depois de uma derrota no sábado diante de um outro líder (0-3) a turma de Ricardo Lemos continua a depender de si própria para escrever uma história bonita no final da temporada.
Formação do Sporting Clube de Espinho:
Formação do ADRE Praiense:
O Sporting Clube de Espinho recebe no próximo domingo – dia 27 – o Ala Nun´Alvares Gondomar pelas 17horas.
Em “As regras da sensatez”, Carlos Tê escreveu em tempos “… Nunca voltes ao lugar, onde já foste feliz / Por muito que o coração diga / Não faças o que ele diz…”, mas tal canção do álbum “Lado Lunar” não se aplica à família Tigre, embora tenha motivos para andar perto da lua, especialmente, a equipa sénior feminina.
Depois de um interregno de algumas semanas entre o final da primeira fase e a não realização de um último jogo diante do CNG de Lisboa – por não alterar em nada a classificação – o seis base de Ricardo Lemos regressou com a mesma energia e alegria à Arena Tigre, onde recebeu um velho conhecido – Ginásio Clube de Santo Tirso – mas não entrou bem em jogo.
Embora com um início de primeiro set equilibrado, a equipa visitante descolou no marcador e fechou com um parcial de 19 – 25. A troca de campo e desinfecção obrigatória fruto da pandemia que ainda se vive – serviram para que alguns pontos se moldassem entre a equipa técnica e quem estava em campo e no banco (prontas para ajudar).
O segundo set foi bem mais equilibrado e com a equipa da casa a querer mostrar ao que vinha e aos seus sonhos – a da subida ao principal escalão da modalidade – fecharam as contas pelos mesmos números do primeiro.
Um jogo de voleibol entre os dois emblemas é sempre diferente, e no desporto (geralmente) surge o factor trabalho diário, e face aos factores motivacionais, a equipa alvinegra foi atrás dos primeiros dois pontos, e a equipa visitante mostrou que não veio à cidade para ver o mar, demonstrando qualidade em vários momentos do jogo, coesão, garra.
O terceiro e quarto sets foram retirados a “papel químico” com o tigre a inscrever um duplo 25 – 20. Ao momento da publicação, a equipa de Ricardo Lemos prepara as malas para uma viagem até meio do Atlântico para defrontar o C.S. Madeira.
Com este resultado (3 – 1) a turma tigre está nos primeiros lugares da classificação (top 3), juntamente com a Lusófona e o C.S. Madeira.
Texto e Fotografia: Francisco Azevedo
Inserido ainda nas comemorações da Independência da Freguesia de Espinho (dia 23 de Maio) o renovado auditório do edifício municipal situado na Rua 23, receberá um trio de jovens músicos que deixarão no ar a esperança de um futuro risonho da música clássica. Inicialmente previsto para o próprio dia – mas com incompatibilidade de agenda – subirão ao palco Leonor Fleming (Viola d´arco), Tomás Costa (Violino) e Pedro Serra e Silva no violoncelo.
Trarão obras de Beethoven e Dohnányi, apresentando-se no dia anterior no certame do oitavo “Cadernos de Espinho” que celebrará a Cultura.
Quem por estes últimos tempos passa pelo Complexo de Ténis de Espinho já não vê um lugar ermo e fechado, um espaço que a breve prazo será o pulmão desportivo da cidade, conjugando três grandes infra-estruturas para a prática do desporto: Nave Polivalente de Espinho, Estádio Municipal de Espinho e Complexo de Ténis de Espinho.
Depois de um longo processo de transição que ficou completo no ano transacto com a entrega da chave e início dos trabalhos de recuperação e implementação de novos serviços, o Clube de Ténis de Espinho parece agora recuperar o brilho de outras manhãs, levando aos 22 de Maio os adultos (+55) para a primeira prova oficial – e São Pedro – embora ameaçando estragar a festa não o fez, o que permitiu realizar os jogos nos Pisos Rápidos (Campo 1 e 2) – os que mais tarde darão lugar a um conjunto de campos de padle, uma modalidade que recolhe cada vez mais aficionados no país e no mundo. Actualmente – e apenas a título informativo – existem campos e complexos de paddle a pouco mais de vinte minutos da cidade – mas o projecto do clube promete fazer desta aposta uma excelente alternativa – não só pelas condições de acesso e estacionamento mas também pelo tempo de “viagem” entre o centro da cidade e o complexo situado na Rua do Porto (freguesia de Silvalde).
Longe vai o tempo em que na rua 33 era possível ver jovens a calcorrear ou de bicicleta com uma mochila ou saco de raquetes, mas com o regresso da actividade desportiva (autorizada pelas entidades competentes) e a reabertura do espaço à modalidade que formou atletas espinhenses de sucesso como Pedro Leão e Leonardo Tavares, torna-se agora um hábito (e ainda por mais saudável) da prática nos campos azuis.
O álcool-gel está disponível à entrada de cada campo, e os atletas têm o dever de permanecer no espaço (excepto campo) com máscara. A manhã não muito quente e sem vento deu o mote para uma final de pares em que qualquer que fosse o resultado final, seria motivo de festa e orgulho para o clube de três letras – CTE – com duas duplas da casa.
Numa semana em que se ficou a conhecer o calendário oficial da Federação Nacional de Squash em Portugal – e que levará ao Complexo de Ténis de Espinho e seus renovados campos (as melhores duplas no fim-de-semana de 5, 6, 26 e 27 de Junho) as finais foram-se disputando a um ritmo moderado mas com bons momentos da modalidade.
Maio ficou ainda marcado para o CTE pelos motivos mais difíceis – e tudo por causa da pandemia que assola o país e o mundo – mas seguramente seria um regresso muito bonito e merecido do Espinho Tenis Jovem – que traria à cidade os mais novos e que sonham um dia jogar ao nível de João Sousa.
Foi também possível – na manhã de hoje – ficar a conhecer as mais recentes transformações no Complexo, desde logo o ginásio que está a sofrer obras de recuperação de piso – e as bancadas do court central – que nas últimas visitas (em Abril) foi possível ver o imenso trabalho que necessitaria para voltar a receber finais, num espaço com condições únicas e banhadas pelo Oceano Atlântico e as árvores do Parque Municipal.
De uma coisa podemos estar certos: o futuro está assegurado!
Depois de uma vitória a meio da semana frente a um eterno rival, o Esmoriz Ginásio Clube, o Tigre voltou a mostrar as garras recebendo ao início da tarde de domingo o Ala de Gondomar, um jogo que teve (na mesma hora) ruídos e silêncios, desde logo pelo auxílio no ambiente alvinegro de Vitor Gomes, e depois por um momento arrepiante protagonizado pela camisola n.º 4 do Ala, que ao tentar defender uma bola embateu com a cabeça com violência no chão, deixando preocupados todos os intervenientes, a começar pelas companheiras de equipa e familiares presentes na bancada central da Arena Tigre.
Depois de uma semana com três pontos conquistados na noite de quarta-feira, a turma de Ricardo Silva quis manter a senda de bons resultados mantendo assim intactas as aspirações da subida no final da temporada, e aplicou-se com afinco perante a equipa treinada por Fábio Martins – o Ala Nun´Alvares Gondomar – que demonstrou competência no primeiro e segundo set. O primeiro parcial fechou com 25 – 22 e o segundo 25 – 21.
De acordo com as informações disponíveis no site da Federação Portuguesa de Voleibol, o Sporting Clube de Espinho em sete jogos conseguiu 18 pontos (6 vitórias e uma derrota), mantendo assim por perto o líder Lusófona Voleibol Clube (invicto). O tigre tem agora uma viagem até ao concelho de Matosinhos para defrontar a Associação Académica de São Mamede (próximo dia 15 pelas 16h).
O Sporting Clube de Espinho trouxe até à Arena Tigre:
O Ala Nun´Alvares Gondomar trouxe até à Arena Tigre:
Foi um regresso, já com muitas saudades ao Pavilhão que é casa do Tigre da Costa Verde. Se a saudade dos sorrisos e boa onda das seniores era significativa, o que dizer de um jogo entre duas equipas com história no torneio que faz de casa durante 6 dias a AMB, torneio organizado por Miguel Maia e João Brenha (tristemente interrompido há dois anos por força da pandemia) o Ginásio Clube de Santo Tirso. Com aspirações de primeira, Ricardo Silva e Pedro Mesquita elegeram o 6 base e proporcionaram um jogo bonito e bem disputado na Arena Tigre.
Quem regressou ao clube alvinegro, depois de uma passagem com sabor a vitória pela AJM / FC Porto foi Bárbara Pauseiro (Babi – camisola 9) e que auxiliou com serviços bem colocados e remates certeiros. O primeiro set sorriu ao tigre, assinando um parcial de 25 – 23. A troca de campo não foi benéfica à equipa visitante, embora se tenha assistido a excelentes trocas de bolas, equilíbrio de parte a parte e – alguns erros não forçados.
O terceiro set mostrou um Ginásio Clube com outros argumentos e a mostrar toda a sua competência e vontade, a turma de Pedro Mesquita caminhou na parte final para a serenidade com um parcial de 19 – 25. O jogo que contou com transmissão via Facebook do Sporting Clube de Espinho (isto porque ainda não é possível receber público em qualquer evento desportivo) alcançou cerca de 850 pessoas e mostrou um tigre com vontade de levar de vencida a equipa de Santo Tirso, fechando a contagem em 25 – 19.
Equipas Oficiais
Sporting Clube de Espinho (Treinador: Ricardo Silva)
Ginásio Clube Santo Tirso (Pedro Mesquita)
Nunca senti peso e nenhum tipo de pressão por causa do meu apelido. Mas sabes o que senti e ainda sinto todos os dias? Um orgulho imenso. Isto porque o meu tio, o meu avô e o meu pai sempre me acarinharam bastante e nunca me fizeram sentir que tinha algo a provar. Se eu conseguir fazer um vigésimo do que eles fizeram no desporto para mim é motivo de orgulho. Cresci a ouvir mil e uma vezes as histórias do meu tio e do meu avô que me faziam sentir como se estivesse a ver o meu avô a jogar ou a liderar como treinador a equipa do FCP ao tricampeonato ou a tornar o Vitor Hugo no melhor de sempre (ele tinha um carinho enorme pelo Vitor, como se fosse mais um filho para ele). Ainda tive a sorte de ver o meu pai jogar e de ouvir também as histórias de alguns momentos que o marcaram, e o mais bonito deles foi a época de campeão nacional pela AAE. Dá para sentir todo a carinho e amizade que ele tinha por essa equipa. Por isso Francisco, pressão nunca, orgulho constante!
Sempre. A primeira vez que entrei num pavilhão foi com o meu avô na AAE. Ensinou-me a andar de patins quase antes de saber andar. Podia ter sido jogadora de hóquei, mas a minha mãe trocou as ideias ao meu avô. Aos sete anos o meu pai incentivou-me a começar a jogar voleibol e a partir daí nunca mais larguei o desporto. Acho que já nem consigo imaginar como teria sido a minha vida sem desporto, sem os treinos ao final do dia, sem os jogos e viagens de autocarro nos fins de semana, sem as emoções do “balneário”, sem a equipa.
No ringue de patinagem do Pavilhão Arquitecto Jerónimo Reis – casa da Associação Académica de Espinho – com o Avô, Vladimiro Brandão
Acho que tentei ser aplicada em todas disciplinas. Não percebo porquê, mas português era a disciplina que menos gostava. Sempre fui apaixonada pela matemática e pela física. Adorava e adoro números. Penso que este carinho pelos números ditou em parte a minha escolha pelo curso de engenharia mecânica na FEUP.
Francisco, não sei se sabes, ou pelo menos já ouviste dizer, o balneário de uma equipa feminina é um furacão de emoções (acho que todas as minhas antigas colegas de equipa vão concordar com isto!). Quando no início de uma época alguém disser que vai ser tudo tranquilo, ignora, é uma grande mentira! Nos últimos 5/6 anos tive a oportunidade de ser capitã de equipa e tive a responsabilidade de tentar ser um exemplo para as minhas colegas. Numa equipa todas são diferentes, cada uma tem mil problemas e encara-os de forma completamente diferente. O meu grande desafio foi saber lidar com todas elas e de maneiras totalmente diferentes. Fez-me crescer bastante e fez-me ser uma pessoa mais sensata, tranquila e desenrascada. O saber lidar com problemas diferentes e escolhas difíceis é o meu dia a dia profissional como engenheira de produção. Toda a gestão que tinha de fazer no balneário é semelhante aos meus desafios profissionais diários.
Voltando à primeira pergunta, senti orgulho! Eu sei que a maioria das pessoas conheceu o meu avô como um grande Homem e atleta. Eu tive a oportunidade de conhecer uma outra versão dele. O meu Vô. A pessoa que mais gostava de mim neste mundo. A pessoa que fazia tudo por mim. A pessoa que só me queria ver feliz. Devo ter sido das únicas pessoas com quem ele nunca gritou dentro do ringue de hóquei da AAE. Eu tive acesso a um Vladimiro Brandão que mais ninguém conheceu, acho que nem mesmo a minha mãe nem o meu tio. Por isso, na maioria das vezes, eu olhava para ele apenas como o meu avô e não como um dos maiores atletas da nossa cidade. Lembro-me bem dessa homenagem na Nave. Foi um dos momentos que me fez cair a ficha, fez-me realmente perceber a magnitude dele. Milhares de pessoas de pé a bater palmas ao meu avô. Arrepio-me só de me lembrar!
Até me fazes sentir velha (sorrisos!). Calma que ainda tenho mais dois anos e meio até entrar nos 30! Gostava de poder ter viajado muito, mas muito mais. Viajar foi uma das coisas que ainda não tive a possibilidade de fazer tanto como gostaria. Conhecer o mundo, diferentes culturas, diferentes paisagens. Abdiquei muitas vezes de viajar em prol do voleibol, mas, em princípio, esta vai ser a minha última época por isso já não tenho desculpa para não marcar viagens. Tenho cinco viagens que gostava de fazer nos próximos anos: Rio de Janeiro, Ibiza (com as amigas), Nova Iorque, percorrer parte da Indonésia e um mochilão na América Latina. Agora só falta marcar.
Acho que na altura ainda não tínhamos bem noção do impacto que esta pandemia iria ter. Para mim foi difícil mudar a rotina a que estava habituada há quase 20 anos – treinar e dividir quase todos os dias o balneário com as minhas “babes”. Nas primeiras semanas ainda acreditávamos que íamos voltar e acabar época. Quando soube que não íamos poder jogar foi muito triste. Ainda por cima íamos começar a fase dos primeiros e lutar pela subida de divisão. Todas queríamos realizar este sonho de fazer o espinho subir à primeira divisão. Fiquei desolada por não o poder fazer com aquele e grupo, todas ficámos.
Para mim não foi bem uma transição. Não foi uma troca de Espinho pela Académica. Não saí do Espinho porque ia jogar para a Académica. Já não estava a conseguir conciliar a minha vida desportiva com os meus compromissos profissionais. Estava a começar a ficar completamente desgastada, física e psicologicamente. Andava sempre a correr, muitas vezes chegava atrasada e já nem sequer conseguia ir a todos os treinos. Mas eu queria sempre estar presente para o grupo, para as minhas colegas. Foi muito difícil tomar a decisão e dizer que não ia conseguir fazer parte do grupo na época seguinte. Mas cheguei a um ponto que tive de pensar um bocadinho mais em mim. Sabia que não ia conseguir assumir um compromisso tão grande que iria exigir de mim mais do que iria conseguir dar à equipa, às minhas colegas, ao meu clube. Estava decidida a abrandar e a ter mais tempo para mim.
Quando reencontrámos a Rita na Nave Polivalente de Espinho, já com a camisola da Associação Académica de Espinho.
A Académica surgiu numa altura em que ainda estava a sentir bastante a morte do meu avô e senti que de alguma forma estava a ter a oportunidade de prestar a última homenagem. Vestir a camisola do meu avô no seu clube de coração! O projeto da Académica não implicava um compromisso tão grande como o do Espinho e ia acabar por conseguir ter mais tempo para organizar a minha como tinha idealizado quando decidi deixar de fazer parte da equipa do Espinho.
Sinto-o sempre quando entro no pavilhão da académica. Eles colocaram uma fotografia dele no pavilhão e a primeira coisa que faço agora quando lá entro é olhar para ele. Passei tanto tempo com ele naquele pavilhão. Era o nosso sítio. Desde pequenina lá ia eu com o meu avô ver todos os jogos de hóquei. Ele adorava ser treinador de bancada (sorrisos!), sempre a dar indicações. E o melhor é que os jogadores olhavam para ele e ouviam o que dizia.
É um orgulho ver o nome dele na escola de patinagem. Também fiz parte da escola e todos os fins de semana estava lá com ele. Tive o privilégio de ter o melhor treinador só para mim. E ainda me lembro que durante a semana, se ele tivesse a oportunidade e me conseguisse convencer, lá íamos nós para académica andar de patins os dois.
É sempre a correr. Acordar em cima da hora, pequeno almoço a correr e seguir para a empresa. Sou engenheira de produção e adoro o que faço. Adrenalina máxima todos os dias. No fim do dia, se não fosse a pandemia, o normal seria ir direta da empresa para o pavilhão nos dias de treino ou beber um copo com amigos numa esplanada qualquer. Tendo em conta esta situação tento fazer pelo menos parte física em casa. No fim de semana tento abrandar um bocadinho o ritmo e focar-me nos acabamentos do meu apartamento (orgulho máximo! Finalmente estou a preparar-me para abandonar a casa dos pais (sorrisos!). Ah, e uma das coisas que não abdico ao fim de semana é de ir até lá baixo ver o mar.
Agora até me fizeste pensar. Mas não, não tenho nenhum amuleto. Não sou supersticiosa. Acredito muito mais no esforço e dedicação do que na sorte. O mais próximo de um amuleto para mim só se for o elástico do cabelo que uso para treinar. Normalmente uso sempre o mesmo durante a época.
Que memória boa de relembrar. Essa brincadeira começou depois de um jogo contra o Sporting na Nave em que ganhamos 3-1 e eu fiz muitos pontos de block out. Sei bem que não sou muito alta para jogadora de voleibol e também não salto tanto como devia (tristeza máxima). O meu pai goza comigo. Diz que não herdei os genes dele que saltava mais de um metro. Não sendo muito alta e saltando pouco tinha de me safar de alguma forma mais técnica.
Tenho três músicas que estou sempre a ouvir no carro. “Brillo” da Rosalia com o J. Balvin, “Uma Lua” dos Melim e “Watermelon Sugar” do Harry Styles. Sou menina para ouvir estas músicas em loop o dia todo.
Todos os livros do Harry Potter. Foi sem dúvida a saga que marcou a minha infância e adolescência. Recentemente voltei a ler todos os livros outra vez e na época de Natal faço sempre maratona dos filmes. Sou completamente viciada.
O meu avô adorava o desporto e passava horas a contar-me as mil histórias da vida desportiva dele. Uma das coisas que dava sempre para perceber era que ele gostava de ganhar. No entanto, apesar de ver o brilho nos olhos dele quando falava das vitórias, sempre me disse que nunca devemos achar que somos melhores do que ninguém, nem deixar que achem que somos inferiores. O meu avô tinha um feitio filho da mãe (a maioria dos amigos dele ou as pessoas que tiveram algum contacto com ele devem achar o mesmo – sorrisos!) e não deixava que ninguém o deitasse abaixo, pelo menos sem dar luta. Para ele, a única forma de provar alguma coisa tinha de ser dentro do campo com esforço, dedicação, atitude e, acima de tudo, muito amor à camisola. Isto era o que ele me tentava incutir sempre que relembrava alguma história do passado.
Francisco, o Espinho vai ser sempre o me clube de coração. Foi o clube do meu tio Valter (irmão do meu avô) e da minha tia Clara. Foi o clube onde o meu avô e o meu pai jogaram. Vai ser para sempre o clube do Toninho e do Sr. Abílio. É clube dos Desnorteados (um obrigado especial ao Victor Gomes que sempre foi incansável a puxar por nós em todos os jogos). O clube dos grandes jogos na Bombonera. O clube que me viu crescer e que ajudou a moldar a pessoa que sou hoje. O clube que me deu alguns dos melhores momentos da minha vida. O clube que me deu amigas e amigos para a vida. Ri e chorei muito de tigre ao peito. Vai ser para sempre o meu clube. O meu Espinhinho.
Pela Académica tenho um carinho imenso. Foi sempre o clube de coração do meu avô, da minha mãe e do meu tio Valter (filho do meu avô). É o clube onde tenho algumas das memórias mais bonitas com o meu avô. Nunca vou esquecer os dias que passámos no pavilhão a andar de patins os dois, a ver jogos de hóquei, de voleibol, de hóquei em campo. E quando ele me levava aos trampolins? Era felicidade pura mim!
Numa final entre Espinho e Académica, independentemente do emblema na camisola, de certeza que me ia lembrar do que o meu avô me disse uma vez…”as finais são para se ganhar”.
Sinceramente, em relação à terceira divisão, já não espero nada. Não sei se vamos voltar. O que eu quero mesmo é ver o Espinho subir à primeira divisão. Quero ver as minhas amigas fazerem o que queríamos ter feito antes desta pandemia acabar com o nosso sonho na época passada. Posso já não fazer parte da equipa, mas vou estar lá a festejar com elas de certeza.
Acho que todos em algum momento da nossa vida pensamos que se tivéssemos feito as coisas de outra forma ou feito outras escolhas, de alguma forma seriamos mais felizes. Mas sabes o que acho? Se mudasse alguma coisa no meu caminho, possivelmente não seria a pessoa que sou hoje. Acredito muito que todas as decisões que tomamos e todos os caminhos que escolhemos, certos ou errados, moldam a nossa personalidade. O truque é saber lidar e aprender com as consequências das nossas ações e decisões. Acho que muitas das vezes mais vale arriscar do que ficar com a dúvida para sempre na cabeça. Podia ter o escolhido o hóquei em vez do voleibol? Podia. Mas neste momento não teria os melhores amigos que alguma vez podia imaginar. Podia ter tirado o curso na força aérea? Podia. Mas talvez não me sentisse tão realizada na minha vida profissional. Podia nunca ter jogado voleibol e nunca ter tido 12 entorses nos pés? Podia. Mas nunca iria saber todo o esforço e dedicação que a recuperação de uma lesão envolve. Nunca iria saber o que é fazer parte de uma equipa. Podia ficar a trabalhar para sempre na mesma empresa e garantir a estabilidade? Podia. Mas onde está a adrenalina? Onde está o desafio? Onde está a vontade de evoluir? Onde está a vontade de crescer e de fazer parte de outros ambientes profissionais? Por isso Francisco, a resposta é não. Não mudaria nada no meu caminho porque de certeza que não seria a mesma Rita Brandão que sou hoje e porque neste momento, independentemente se escolhi o caminho certo ou errado ou se tomei boas ou más decisões, sou feliz. Isto é o mais importante.
Humildade. Tenha perfeita noção que para conseguirmos alguma coisa é preciso esforço e dedicação. Não sou melhor do que ninguém. Nada cai do céu.
Esta é fácil. COM ananás!! (Não sejam esquisitos! Provem antes de dizer que não gostam (sorrisos!)
Bandida para os sunsets e gin para as noites de festa.
Mágico.
Budapeste.
Viajar.
Da minha vida académica, das equipas de voleibol que tive oportunidade de fazer parte nos últimos 20 anos e de todo o carinho da minha família e amigos.
Obrigada por me terem dado a oportunidade de vos dar a conhecer um bocadinho de mim e um obrigado especial ao Francisco por todo o carinho que sempre tiveste pelo meu avô.
De coração cheio,
Brandão
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