O final de tarde solarengo de sexta-feira – 21 – em Vila Nova de Famalicão foi palco da inauguração de um espaço que promete dar que falar. O alojamento local por si só não é sinónimo de reservas, dormidas, sucesso. Há-que lutar para chegar onde nos comprometemos. E não temos dúvidas que é esse o espírito de Marta e Vivian.
São amigas, são sócias, são cunhadas e vêem na família um porto de abrigo, capaz de as fazer sorrir nas alturas mais difíceis que todos atravessamos. O Wake Up Famalicão é um lugar único. Um edifício de três pisos datado dos anos cinquenta além de estar plantado no centro da cidade entre a Avenida 25 de Abril e a Praça 9 de Abril, nomes como Amália Rodrigues, Paula Rego, Carolina Beatriz, Ferreirinha convidam a uma estadia, numa cidade repleta de recantos para descobrir e árvores verdes para uns momentos à sombra. O edifício foi inteiramente renovado pelas ideias e mãos de Serafim e Ilda Rodrigues – pais de Marta e Tiago – e o projecto começou a ganhar forma em 2012.
O espaço fica a trinta e sete quilómetros da cidade do Porto, a vinte e quatro de Braga e vinte e nove de Guimarães. A abertura do espaço contou com a presença do Ex.mº Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, um amigo da família e conhecedor do trabalho e dedicação na sua cidade do pai e avô de Marta. De resto, durante o seu discurso que antecedeu o desenlace, Paulo Cunha agradeceu às responsáveis do projecto por apostarem no concelho e pela imagem no feminino criada no Wake Up.
O brilho no olhar de Marta e Vivian era notório, desde logo à nossa chegada pouco depois das dezassete para uma inicial recolha de imagens e reconhecimento da casa. O primeiro piso apresenta um lounge com cadeiras confortáveis, prospectos de apresentação de Famalicão e os seus eventos e uma televisão de ecrã plano, que aliás está ao dispor dos hóspedes em todos os quartos, são seis no total.
No primeiro piso, no corredor ao fundo da sala marcamos encontro com as palavras de Amália Rodrigues, os traços de Paula Rego, os tons durienses na homenagem à grande mulher Ferreirinha e Carolina Beatriz, numa também referência ao empreendedorismo no feminino. Todos os quartos são de tipologia twin (com camas individuais), no entanto no segundo piso nos quartos de Ana Plácido & Camilo Castelo Branco / Elzira e Arthur Cupertino de Miranda existem camas de casal e uma individual no piso superior (ideal para famílias com filhos pequenos).
Para que os presentes ficassem a conhecer um pouco mais do conceito do Wake Up – distribuíram pelos quartos uma apresentação do pequeno-almoço e recepção aos hóspedes com uma garrafa de champanhe, fruta e miniaturas.
A maior parte dos convidados e presentes fizeram uma visita guiada pelos dois pisos e aproveitaram a boa música e o bom tempo para dois dedos de conversa no hall de entrada.
Um momento que não podíamos deixar de partilhar. Nesta imagem presentes quatro gerações da família.
Depois da visita e explicação dos tons e decoração utilizados em cada quarto , Marta e Vivian procederam ao corte do bolo com a ajuda do presidente da autarquia, Paulo Cunha.
Para o futuro e eternizado, a placa feita para a inauguração e assinada pelo presidente Dr. Paulo Cunha.
Durante a tarde, Serafim Rodrigues e sua mulher – Ilda receberam os convidados e trocaram palavras, muitos foram os amigos que não quiseram deixar fugir a oportunidade de dar um abraço e conhecer um espaço que estamos certos – revolucionará o turismo e a oferta de proximidade de Famalicão.
Para conhecerem o Wake Up Famalicão aqui disponibilizamos os endereços:
www.wakeupconcept.com
www.instagram.com/wakeupconcept
À semelhança do que aconteceria com um reconhecimento pela voz de Artur Agostinho, o homem que lidou de perto com Mikhail Gorbatchov aquando da sua visita a Portugal, viajou até à cidade de Espinho para uma conversa em dois actos com os alunos do Ensino Secundário no Agrupamento de Escolas Manuel Gomes de Almeida. José Milhazes falou mais de duas horas com jovens no âmbito da disciplina de História. A iniciativa de nome “À conversa com…” decorreu no Auditório organizado pela equipa da biblioteca, e com a colaboração da Academia de Música de Espinho na pessoa do professor Jonas Pinho que acompanhou ao piano a aluna Inês Romeira do 7º 1. Estiveram presentes oito turmas: sete do ensino secundário e uma do nono ano.
O autor aproveitou para falar dos seus livros e a editora disponibilizou alguns títulos para os que têm o hábito da leitura: cinco títulos:
Antes de um resumo do que fora a manhã de ontem num anfiteatro bem composto por alunos interessados e respeitadores do silêncio, passaremos a uma breve apresentação sobre o autor: José Milhazes é filho de pescadores, nasceu na Póvoa do Varzim a dois de Outubro de 1958. Um dia sonhou ser padre mas acabou por desistir quando encontrou o amor da sua vida. É jornalista, historiador e tradutor. Correspondente da LUSA, da RDP e SIC em Moscovo.
A viagem começou por uma leitura de excertos do último livro “Os Blumthal” uma obra que escrevera contra a vontade de sua mulher, visto que se trata de um estudo aprofundado da avó materna nos campos de concentração nazi. A palavra traduzida para português é “campo livre”. José Milhazes viveu a maior parte da sua vida no estrangeiro o que lhe permite sempre ter uma visão do nosso país de uma forma que nós – os locais – não conseguimos. Falou sobre história, sobre a importância da história para que as situações mais delicadas não se repitam.
Rabilsbruck foi o maior campo de concentração nazi para mulheres, maioria dos irmãos não sobreviveram, familiares foram fuzilados. A mulher de José Milhazes é anti-comunista e ele – conta em tom de brincadeira – que no dia do casamento soube do pensamento que toldava José lhe passou pela cabeça não casar. Os filhos foram os maiores pontos de apoio para que o autor escrevesse e investigasse sobre o campo de concentração, as histórias lá vividas o que fez também com que a mulher ficasse a saber que o apelido da avó era outro.
– Todo este livro era dor… – confessa José Milhazes. O livro era visto pelos filhos como uma chamada de atenção ao mundo. Foi também durante a divagação sobre o seu trabalho como jornalista que recordou as viagens que fazia entre a Rússia e Portugal, imensas fronteiras e documentos que precisava ter em dia e em alguns países tinha que mostrar o passaporte duas vezes. Olhando para os jovens disse:
– Agora vocês compram um bilhete lowcost e vão beber cerveja a Praga que é a cidade mais bonita da Europa. Claro que ligam aos pais e dizem que vão a um museu.
Foi após uma gargalhada geral que José Milhazes falou sobre a degradação do nível da informação, os canais cada vez mais sensacionalistas, o jornalismo na hora, quase que chegam antes dos acidentes, dos homicídios. A comunicação social está doente e é muito difícil resolver nesta era da internet, em que existe demasiada informação. Há-que saber separar o trigo do joio, saber aplicar a metodologia da verdade, aos alunos convém saber e treinar o cruzamento de dados, a não acreditar logo numa notícia.
As pessoas tendem a acreditar cada vez menos nos jornalistas e nos políticos pelo que os 70% de abstenção do passado dia 26 de Maio não o espanta, mas considera uma vergonha. Os políticos são maus e não respondem por coisa nenhuma. As cobranças de impostos nas auto-estradas, em qualquer país do mundo o Ministro das Finanças demitia-se no próprio dia. José Milhazes refere também que defende o voto obrigatório a partir dos dezasseis anos. Disse ainda:
– Ou nos transformamos em cidadãos ou então alguém o fará por nós! Deviam aprender com o estrangeiro e votar em massa!
Sem História não há democracia e sem história não há memória, diz José Milhazes que a humanidade aprende pouco com a história e diz mais: “somos piores que os animais porque pensamos…”. Há princípios que devemos defender, e pediu aos jovens presentes para argumentarem, se não estiverem contentes com a situação tentem mudar. E em jeito de brincadeira disse:
– Antes de ir para a política vão trabalhar uns anitos! Temos que viver ativamente.
Foi dado também o pontapé de saída para o convite à leitura, a filha é uma leitora compulsiva, o filho nem por isso. Em Portugal apenas cinco autores vivem da escrita e diz mesmo que a literatura é imprescindível em qualquer ramo, desde o matemático a um historiador. José Milhazes foi o melhor aluno a Filosofia e a História porque estudou num seminário. Aprendeu a ler os jornais que a mãe comprava com uns meses de atraso (os que serviam para embrulhar os baús da comida dos pescadores).
O próximo fim-de-semana ficará marcado pelo regresso das estátuas a Espinho, um certame que tem já o seu fiel público e a capacidade de trazer à cidade pessoas de outros pontos do país. A vigésima terceira edição trará quarenta estátuas a concurso às quais se juntam convidados da Argentina / Espanha e Ucrânia. Na noite de sábado o “Lu(g)ar das Estátuas” em que estarão nas montras de lojas selecionadas na rua 19 e 23.
No domingo a partir das 15:30 visite as quarenta estátuas no Largo da Câmara Municipal. Ao final da tarde serão conhecidos os vencedores, serão escolhidos por Armando Bouçon – Chefe da Divisão de Cultura e Museologia da Câmara Municipal de Espinho, Susana Bento – vencedora do grande prémio do Júri de 2018 e Constança Araújo Amador – artista plástica.
Pode aceder ao nome das estátuas participantes (e quiçá puxar pela imaginação) através do site do Município.
http://portal.cm-espinho.pt/pt/noticias/detalhes.php?id=4499
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