“… qualidade ou condição do que ou de quem não é dependente de algo ou de alguém…” é esta a definição de independência no Dicionário da Língua Portuguesa. Espinho comemorou 130 anos no passado dia 23 com um programa recheado de actividades e com a companhia – tal como acontecera em 2018 – do sol e céu azul. A manhã começou com a recepção aos convidados por parte de Vasco Alves Ribeiro, Vitor Sousa e o staff que o acompanha na Junta de Freguesia na rua 23: Pinto Moreira, Vicente Pinto, Lurdes Ganicho, Quirino Jesus, Manuel Dias e Hélder Rodrigues fizeram questão de marcar presença e parabenizar Espinho e os espinhenses.
O momento do hastear da bandeira terminou com uma salva de palmas do outro lado da rua e com a fotografia de família antes da inauguração da exposição “Ponte Habitada” por parte de alunos da disciplina de arquitectura da ESAD – Escola Superior de Artes e Design, Matosinhos – do professor espinhense João Nuno.
O projecto a que dez alunos disseram presente visava a criação de uma estrutura para substituir a já extinta ponte sob o rio Largo – que caíra no final do ano transato. Ao início da noite deu-se a entrega dos prémios às duas estruturas vencedoras. Embora só existisse uma ponte em cima da mesa está a colocação de uma segunda estrutura – muito provavelmente a que ficara em segundo lugar do concurso, todas elas feitas em madeira e que podem ser visitadas no edifício da Junta.
Antes do (Porto de Honra) na sala adjacente ao átrio em que passou um vídeo de apresentação das obras a concurso, houve uma visita dos convidados à exposição.
O parceiro Aipal e a Casa Alves Ribeiro – ambas na Rua 19 e associados da Associação Comercial Viver Espinho – contribuíram com uns húngaros e uma garrafa de vinho do Porto. Com as energias repostas foi endereçado o convite a uma romagem ao Cemitério para homenagem aos autarcas já falecidos e depósito de uma coroa muito bonita no jazigo municipal.
Ao cemitério foram representantes do Município, da Junta de Freguesia e Assembleia.
Momento de silêncio por todos os que já partiram…
Seguiu-se a colocação da coroa no jazigo dos autarcas por parte do Vasco Alves Ribeiro e Pinto Moreira.
A comitiva confraternizou mais alguns minutos e houve lugar às despedidas. Horas mais tarde estava marcado o concerto no Auditório da Junta de Freguesia, um momento em parceria com a Academia de Música de Espinho. O certame contou com a Espinho EPME Metais Ensemble com Sérgio Pacheco no trompete e direcção musical.
O momento dos metais contou com interpretação de obras de Monteverdi e Gabrieli. Nos trompetes estiveram:
Na trompa estiveram:
No trombone:
No eufónio Eugénia Cunha e na tuba Rogério Contreiras.
Sérgio Pacheco é Chefe de Naipe de Trompete da Orquestra Sinfónica do Porto – Casa da Música. Completou a sua formação na Artave – Escola Profissional Artística do Vale do Ave e, mais tarde, no Royal College of Music em Londres. Foi Primeiro Trompete Auxiliar da Orquestra Gulbenkian.
Outro grande momento do dia estava guardado para o final com a subida ao palco da Orquestra Camareta com Rodion Zamuruev no violino e Roberto Valdés (também em violino) e direcção musical. O violinista russo é professor no Conservatório de Moscovo, director artístico e solista do Ensemble Mobilis.
Já Roberto Valdés foi-se tornando reconhecido solista e músico de câmara, tanto em solo americano como europeu tendo tocado as mais icónicas obras para violino, clássicas e da América Latina.
– onde tu vais eu vou
O Sporting Clube de Espinho defronta hoje na capital o Casa Pia e uma vitória poderá ser o tónico para mais um dia histórico no Estádio do Bolhão no próximo domingo. Uma semana que fica invariavelmente marcada pelo início dos trabalhos de demolição do “Velhinho” o clube e os adeptos querem sorrir. Os alvinegros escolheram o centro da cidade para o encontro e partida e muitos já se encontram vestidos a rigor.
O sonho de chegar aos Campeonatos Principais de Portugal mantém como desde sempre o apoio incondicional à equipa liderada pelo professor Rui Quinta.
O que seria uma bela ocasião para uma reunião alegre de capas negras e sorrisos misturados com lágrimas – deu antes lugar a um rol de recados por parte da Federação Académica à gestão autárquica praticada por Rui Moreira. A semana da Queima das Fitas fica marcada pelo triste acontecimento nas imediações do Queimódromo e da inesperada “vista” da tribuna despida depois de uma mensagem de desagrado por parte de um aluno pertencente à organização.
A baixa portuense e a (infelizmente) Avenida dos Aliados já sem os jardins de outrora começaram a encher ao final das primeiras horas do dia de familiares orgulhosos dos seus finalistas ou caloiros. A entrada no recinto para fotografar só foi possível pelo contacto prévio com a Comunicação da FAP na pessoa da Maria João Maia. O cortejo teve início quase duas horas depois do previsto e segundo alunos não havia ninguém para dar luz verde na Rua dos Clérigos. A passagem de pessoas também passou a ser um “filme”, mesmo de pessoas com cadeiras de rodas ou carrinhos de bebé. Como vem sendo hábito nos últimos anos, os finalistas de toda a Academia passam primeiro e depois começam a surgir os primeiros carros alegóricos. Embora todos os presentes gostassem de presenciar e fazer parte de uma festa tudo se passou em perfeito silêncio começando o barulho dos foliões após a passagem na tribuna.
Rui Moreira e o seu núcleo de convidados desceu até à zona da tribuna poucos minutos depois das quatro, onde aproveitou para conversar com alguns munícipes e pessoas que o abordavam de forma simpática. Quando olhou na direção do Palácio das Cardosas tinha este cartaz erguido e os “manifestantes” aplaudiram a intervenção do representante da Academia quando se referiu ao valor das rendas, o facto de não haver alojamento suficiente para os estudantes da Universidade do Porto, a autarquia mostrar-se indisponível para abrir o Coliseu a eventos da Academia. Ora, um momento que levou Rui Moreira a sorrir mas a mostrar algum incómodo, ao lado do Reitor da Universidade do Porto – António Sousa Pereira.
Nenhuma das faculdades passou pela tribuna com a alegria do costume, fazendo apenas barulho no sentido descendente dos Aliados.
O aluno que discursou pelos milhares de estudantes teve alguns problemas ao nível do microfone, o que gerou uma onda de assobios e palavras como “fala mais alto…!” “não se ouve nada…!”.
Rui Moreira posou para a Focal Point Studio com estudantes da UP, ainda antes do referido momento que o deixou triste. O autarca fez questão de “bengalar” algumas estudantes que passaram na tribuna e aquando da passagem da Faculdade de Economia abandonou a tribuna bem como os seus convidados.
Antigos alunos e Dux vestiram as capas e em jeito de “luto” não esboçaram qualquer sorriso ou cumprimento a quem estava na tribuna. Apesar de tudo, a Federação Académica do Porto faz um “balanço positivo” da edição deste ano, com a colocação de torres de vigia para reduzir ao mínimo os “blind spots” que existiam. João Pedro Videira em declarações à Agência Lusa “Houve um compromisso de todos os parceiros e entidades em fazer da Queima das Fitas um espaço confortável e, apesar de todo o alarido à volta dela, esta foi mais uma edição de sucesso, de partilha, de sorrisos e de sentimento de academia e penso que as pessoas levam uma boa imagem para casa…”.
Medicina passou em primeiro lugar e também levava a “lição” estudada de não festejar aquando da passagem.
De seguida foi a vez da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Posteriormente surgiu na curva dos Aliados a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o Curso de Ciências da Comunicação.
A Faculdade de Farmácia saudou o Dux da sua faculdade que se encontrava de “luto” pelo rumo da Academia, atribuindo à autarquia a culpa de aquela não ser a festa que desejavam.
A Faculdade de Economia do Porto também passou em silêncio pela tribuna, e foi a última a ver alguém nas cadeiras. Rui Moreira desceu as escadas logo após a sua passagem e não regressou.
Os finalistas do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar foram os primeiros a soltar gritos de euforia ao discurso e de palavras como “Um médico que saiba só de medicina, nem medicina sabe”.
Estas palavras ditas na inauguração da “Duas léguas de fé – in memoriam” no dia um de dezembro do ano passado ecoaram durante meses. Cada mês que decorria no calendário era menos vinte e quatro horas que me separavam de um abraço ao grupo de peregrinos da paróquia de espinho. Depois de um café no Conde – onde recordarei até à eternidade a minha primeira exposição – subi a rua até à igreja matriz com uma objetiva que me permitisse andar quase “despercebido”. Entrar num lugar sagrado já depois do sol se pôr, com vários peregrinos a saudarem a equipa de fotografia provocou um arrepio na alma. À distância de um clique um olhar penetrante, um olhar entusiasmado, um ar de uma pai preocupado, uma criança a dormir nos braços da mãe.
A promessa que lhe fizera não deixei que em algum momento a pudesse deixar cair em saco sem fundo, abdiquei de horas de descanso e de trabalho para uma reportagem que tinha por missão entrar no mundo de todos sem deixar de viajar no meu próprio, aquele que navego tendo por linha o horizonte e o futuro. A música que absorvia os sons da igreja repleta causaram lágrimas, arrepios e introspecções, alguém de lágrima dita “fácil” , eu chamar-lhe-ia de lágrima verdadeira. O padre Artur Pinto celebrou a eucaristia e fez uma surpresa aos peregrinos nas jornadas que se seguiram. Recordou palavras de incentivo e entregou aos cuidados e atenção de todos o padre Cláudio que não aguentou a emoção aquando da recepção dos cerca de trezentos e cinquenta peregrinos, Cruz Vermelha, voluntários de enfermagem e Fisio & Care.
Prometi que os acompanharia nas jornadas e cumpri. Desde a primeira hora em que os vi avançar na rua 20 em direção à Nacional n1 até ao Lugar da Iria. A primeira noite foi logo difícil com muita chuva até ao primeiro ponto de encontro, as Bombas da Cepsa na zona industrial de Ovar. Antes, pelos lados de Esmoriz ouvi por diversas vezes a palavra “bom dia” com um brilho no olhar e sorriso nos lábios de quem distribuía mantimentos e bebida. Logo ali , a poucos quilómetros de casa percebi a verdadeira família que constituíam. As horas seguintes foram passadas debaixo de chuva e o reencontro deu-se já em terras de Albergaria-a-Velha, com uma visita logo ao ponto de apoio e socorro aos peregrinos com o dr. Carlos Borges e a equipa de fisioterapia em funções a dar-me conta das primeiras situações, essencialmente a nível dos pés massacrados pela chuva que caíra até às primeiras horas da manhã. Foi também no primeiro ponto de paragem que tive a oportunidade de reencontrar peregrinos da última viagem e que fizeram parte do meu momento em “Duas Léguas de fé”. O grupo ouviu em silêncio num pavilhão repleto de sacos-cama, toalhas, sapatilhas, coletes amarelos numerados uma missa muito bonita pelos padres Artur e um auxílio de Cláudio. Dali a sensivelmente uma hora estávamos de regresso a casa com um conjunto de imagens que guardaremos eternamente.
Marcado estava o reencontro para quinta-feira numa terra à qual já não regressava desde os anos oitenta: Curia. A entrada nestas paragens tem por ponto alto o reencontro com um senhor local que faz questão de oferecer uma flute do seu espumante às peregrinas numa praça junto ao majestoso Hotel das Termas. O meu objetivo de reportagem era claro: acompanhar o mais possível, olhei o céu, senti umas pingas e rumei ao Pavilhão Gimnodesportivo de Antes (Mealhada) com um grupo simpático que me adoptou sem reservas. Diga-se em abono da verdade que foi assim com todos os peregrinos, organização e equipas de apoio. Conversei imenso naquelas duas horas de caminho com a Rita, que vive em Viseu, simpática, de sorriso fácil, era a sua segunda experiência e a primeira com o grupo de espinho. O segundo dia fica também marcado pela visita surpresa do padre Artur e uma missa improvisada, num espaço que não era muito grande para tanta gente.
Sexta-feira fica marcado pela chegada do calor e das temperaturas a causar alguns estragos e atrasos da comitiva, a começar na famosa subida após saída de Coimbra – Ponte de Santa Clara. A caminhada pelo IC 2 tem por norma ser mais amiga dos peregrinos e em vários momentos do troço uma das faixas de rodagem serve de passeio aos milhares que rumam ao santuário. Marcado que estava o encontro para Cernache acompanhámos elementos no itinerário e depois no pavilhão. Foi na sexta que assisti mais de perto ao trabalho das enfermeiras da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Espinho e da equipa de fisioterapia da Fisio & Care: a Andreia, o Adriano e o André, a dedicação, o esforço e a aplicação de terapêuticas para atenuar as marcas do alcatrão, e foi também aí que tive um contacto mais próximo com o sofrimento de uma peregrina aos cuidados da Andreia apoiada por uma amiga. “Chorar faz bem, liberta…”. O pavilhão em Cernache tinha boas condições de luz e espaço e um bar onde saíam bifanas, panados e cerveja fresca. Foi também nesta jornada que me impressionou o número de pessoas em busca de ajuda nas marquesas e mesas. Faz tudo parte do caminho, é tudo por uma questão de fé. Fui encontrando e revendo pessoas amigas: a Hermínia, o João, a Celina, o Quirino e sua esposa e o Beto.
A passagem a um novo dia foi também uma mudança tremenda de paisagem e acalanto do espírito. Depois de falharmos por duas ocasiões a saída para a estrada da mata que nos levaria a Igreja-a-Velha, a ajuda veio por telefone pelo senhor Mário Capela, reencontrámos depois o senhor Quintino que nos ajudou a estar nos melhores pontos. Passar aquele pinhal rodeado de silêncio, céu azul e esperança foi espectacular, devidamente identificadas com número acompanhei quatro amigas que me adoptaram em pouco tempo. Pela primeira vez nesta viagem senti o calor e o estar próximo do Santuário, ali é apenas já um “passeio” com pouco mais de vinte quilómetros até ao Santuário.
Chegar ao pavilhão depois de uma caminhada entre árvores e almoçar com a organização na cozinha um bom prato de feijoada e uma sopa de legumes. Acabaram por se juntar a nós a Ana, a Andreia, o Adriano e o André com desabafos em relação aos peregrinos mas nunca deixaram de sorrir. E foi neste quarto dia que encontrei uma peregrina que saíra de Espinho com voto de silêncio, só retirava o adesivo dos lábios para comer e beber, e quando precisava de apoio era por gestos.
O pavilhão tinha pouco espaço, e de acordo com o Dr. Carlos Borges o palco onde se encontravam as camas de fisioterapia e as mesas de apoio à enfermagem serviriam a posteriori de dormitório.
O reencontro estava marcado para o dia seguinte em Santa Catarina da Serra, lugar que teve início a reportagem das “Duas léguas de fé – In Memoriam”. O calor, as dificuldades inerentes a mais um dia de caminho atrasou a saída daquele lugar para o meio-dia, a viagem até Fátima foi feita em pouco mais de uma hora e quarenta minutos. Esta última etapa é marcante e o que se passou junto à Rotunda dos Peregrinos fez emocionar: depois de uma reunião entre organização, o senhor Manuel afirmou ao microfone estar nervoso com a notícia que teria para dar, o padre Cláudio estava sensivelmente a duas horas de Fátima e o lema “Começamos todos juntos, terminamos todos juntos” está no pensamento, pelo que a sugestão de aguardar pela comitiva (cerca de 12 pessoas a dar apoio ao padre Cláudio) foi aceite por unanimidade e com um coro de palmas.
Almoço livre na avenida que nos ligaria ao Santuário (Basílica da Santíssima Trindade) e o reencontro não poderia ter sido mais forte. Visivelmente emocionado e com os pés desfeitos, ninguém conseguiu conter as lágrimas. Às dezasseis horas como combinado rumámos à Capelinha das Aparições para entregar a rosa a N.ª Sra. mas antes – sensivelmente a meio do percurso já dentro do Santuário – o grupo de Peregrinos de Espinho preparara uma surpresa, a largada de balões em forma de terço, o que fez soar mais um coro de palmas.
A entrega da rosa e passagem pelas traseiras da Capelinha tem por norma ser um vendaval de emoções, risos acompanhados de choros e abraços. Ninguém fica indiferente, muito menos quem assistiu de perto às dificuldades. Dali até ao Centro de Estudos de Fátima ainda era uma distância considerável mas todos chegaram. E quando tudo levaria a crer que regressava a Espinho dentro de minutos uma chamada telefónica para casa e as palavras:
Bendita a hora em que pensei uma outra vez. Contactara o Santuário de Fátima – Gabinete de Comunicação na pessoa da Cátia Andrade – na quinta-feira e o mail de resposta chegou em poucos minutos afirmando a total disponibilidade para levantar a acreditação para o Jornal Maré Viva, só não sabia que teria o privilégio de umas horas mais tarde fazer o percurso da imagem a poucos passos da mesma. Foi também nessa mesma noite que percebi o que é sentir-me pequeno perante tamanha imensidão.
Entrámos na Capelinha passando pelo Posto de Socorro – um verdadeiro hospital dentro do recinto – e já com um sentimento de privilégio por estar a fotografar ao lado de pessoas como o Paulo Novais da Agência Lusa e a Patrícia Melo Moreira – vencedora do Prémio Estação Imagem 2018.
Fiz tudo o que me permitiram fazer e foi impossível esconder a emoção. Com o cansaço já a chegar pela hora optámos por não fazer a viagem de regresso a Espinho e aí encontrámos uma boleia fantástica: a carrinha do “Restaurante A Fidalguinha” que nos deixou no Centro de Estudos, arranjaram-nos colchão, almofada e cobertor. As despedidas e agradecimentos nunca são demais.
OBRIGADO GRUPO DE PEREGRINOS!
OBRIGADO ORGANIZAÇÃO!
OBRIGADO FISIO & CARE!
OBRIGADO CRUZ VERMELHA PORTUGUESA – DELEGAÇÃO DE ESPINHO!
OBRIGADO CASA “A FIDALGUINHA”
A primeira vez que me arrepiei com uma voz particularmente feminina e doce foi prenda de um grande amigo há uns anos largos, quando me ofereceu um dvd ao vivo de Katie Melua. Passados estes meses de intoxicação na música e sobretudo nas rádios, oiço com redobrada atenção e emoção os primeiros acordes de Joana Almeirante no Festival Internacional de Música de Paços de Brandão. A voz soa entre o doce e poderosa, muito por influência dos verdadeiros mestres da música que não dispensa – o jazz – e em tom de brincadeira ao apresentar o convidado (já lá vamos) que todos gostavam de “música normal”.
Quem acompanha a música portuguesa e o sucessor de Carlos Tê – Miguel Araújo já ouviu falar da Joana. Além de bom gosto musical e formação na área do jazz, tem um feeling para escrever letras de amor. Numa sala bem composta por familiares, amigos e fãs, Joana surge com um vestido que lhe assenta na perfeição e de sapatilhas clássicas bem escolhidas para a ocasião, tímida mas confiante a cada passo até à cadeira onde se senta do princípio ao fim.
“Inês” foi o pontapé de saída para uma noite que se se tivesse prolongado por mais uma meia-hora ou uma não teria sido exagerado, principalmente quando o som do auditório do CIRAC e o silêncio da plateia intercalava com coro afinado e palmas sentidas no final de cada música. O tema que se seguiu foi uma das canções que mais gostei de ouvir interpretada “Ouvi dizer” dos Ornatos Violeta, banda preferida e fonte de inspiração, aliás foi entre muitas das que ouvi no youtube as que me fariam dar nota 20.
Do repertório feito para o CIRAC, Joana Almeirante alternou entre guitarra acústica – Gretsch, a Fender Telecaster e um Ukelele da Ortega. Marcas e modelos à parte, Joana dá um cunho pessoal nos temas – não só originais mas também nos covers de Miguel Araújo (com quem toca), Carolina Deslandes e Via Faro. Entre dois dedos de conversa com a audiência, surge o primeiro cover de um tema de Miguel Araújo “José” e a aventura dos primeiros passos no jardim.
O tema “Coisa mais bonita que Deus fez” vem no seguimento das suas influências e os acordes no Ukelele soaram seguros e mostraram a polivalência de Joana. Um concerto que teve uma particularidade: noventa e oito porcento de música portuguesa (entre originais e interpretações) e o tema “Bubbly” de Colbie Caillat para fechar o alinhamento antes do “clássico” encore.
“… Mas lembra de um dia te mostrares como és…” são palavras que fazem parte de um original sobre pessoas que vivem numa constante fantasia e as mentiras acabam por lhes “destapar” a máscara. Depois de dissertar sobre o tema, Joana chamou para junto de si – António Cardoso – amigo de longa data para uma “Estrada” sem sobressaltos de Mafalda Veiga e a parte da canção “deste lado é mais puro…” foi o mote para uma “dança” com o público presente, entre sorrisos genuínos da estrela da noite.
Ouvir a Joana falar dos seus originais com honestidade, serenidade e um misto de emoções – às vezes só nós, poetas e autores distinguimos – levaram-me a mais uma viagem por letras escritas por mim entre 2008 e 2016.
A família – como já fora referido – é um pilar seguro da carreira e vida de Joana, os pais são os maiores fãs, fazem quilómetros e levam os vestidos que ela se esquece (sorrisos!) e a irmã que embora goste diz que a música é uma seca. Seguiu-se mais um Cover de Miguel Araújo do primeiro álbum “Baile dos Sem Ninguém” com dedicatória especial ao seu maior fã – Miguel Branco – que tem a voz de Joana como despertador.
A noite lá foi correndo sem sobressaltos nem feedbacks e o seu primeiro original “Minha Margarida” fala sobre alguém que não consegue ficar com a pessoa amada. E antes do regresso de António Cardoso ao palco com duas interpretações de Via “Já não sei quem sou” e “Não sou feita de ferro”, Joana leva-nos por mais uma viagem à boa música portuguesa com “Problema de expressão” dos Clã, o tema que “…descobri que até cantava umas coisas fixes…”.
O original “Dia mau” que se seguiu tem uma semana de existência e retrata alguém que perdeu o sentido da vida e o desejo de não continuar vivo embora uma voz interior o force a acreditar que ficará tudo bem. Seguiu-se “Sete passos” de Miguel Araújo tema que tocou numa gala do curso na JORBA.
Com 14 anos ouviu o tema de Colbie Caillat e recentemente na rádio, chegou a casa e foi encontrar os acordes, um momento acústico e uma bonita pronúncia da língua inglesa.
Despediu-se do público com um sorriso e um aceno de mão, subiu as escadas e voltou para uma última canção “Será amor” de Miguel Araújo pedindo uma ajuda ao público acusando já um cansaço na voz.
Da parte de todos os que lá estiveram, foi uma noite certamente para mais tarde recordar. Podem acompanhar a carreira da Joana no seu facebook em:
https://www.facebook.com/joanalmeirante/
Texto e Fotografias:
Francisco Azevedo
O final de tarde de hoje fica marcado por um aparatoso acidente na A-29 no sentido Porto São João da Madeira e envolveu sete automóveis e um motociclo. Ao local acorreram as corporações de Bombeiros do Concelho de Espinho e Aguda.
De acordo com informações do Comando do Corpo de Bombeiros do Concelho de Espinho foram enviados para o local os seguintes meios:
– Total 17 veiculos e 48 operacionais: Sapadores de Gaia, 3 veículos e 12 operacionais, Aguda, 5 veículos e 13 operacionais, INEM, 2 viaturas e 4 operacionais, GNR, 1 veículo e 2 operacionais.
A via esteve cortada ao trânsito mas já reabriu.
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Telf.: +351 916 894 653
Francisco Azevedo: francisco.azevedo@focalpoint.pt
Pedro Fonseca: pedro.fonseca@focalpoint.pt