Ao dia onze de Maio abre em Portugal mais uma casa Bertrand, e desta vez, na rainha da Costa Verde em pleno centro da cidade um recanto de literatura. Foi uma agradável surpresa há pouco tempo (nos começos da quarentena) ver uma publicação de um amigo com o painel de letras brancas sob um fundo negro na característica calçada da rua 19. É um marco para a cidade, para o concelho e para as áreas limítrofes que assim já não precisam de se deslocar aos centros comerciais das cidades de Vila Nova de Gaia e Porto para assistir a uma apresentação de um livro, ver as novidades e viajar – e é mesmo isso que estamos a precisar.
Devido à situação de Covid – 19, a entrada de clientes está limitada a sete pessoas, e à entrada um boião de gel desinfectante, e foi como se voltássemos a uma casa, encontrámos gente amiga entre as quais Major Nunes da Silva – Presidente da Associação Comercial Viver Espinho. A loja tem muita luz natural e a sua localização não podia ser mais central, está a poucos passos do posto de correios CTT, do Município e dos bancos. A equipa de trabalho é simpática, disponível para esclarecer e ajudar.
Até ao próximo dia 16, (de segunda a sábado), os clientes com cartão Bertrand têm desconto de 20 a 50%, e as novidades com 10%.
Para os aficionados da poesia, tem uma excelente oferta, de Sophia de Mello Breyner a Ruy Belo, passando por Ramos Rosa. Semanalmente haverá um livro (novidade) nas caixas e os sacos reutilizáveis estão por um preço simbólico e são giros, com frases inspiradoras, de Fernando Pessoa.
Instituto Português de Oncologia, Porto
1 de Outubro de 2019
” – Tenho cancro!?” – não é bem uma questão! É antes um choque, um baque demasiado indigesto para se assimilar numa consulta num gabinete (quase todos eles em tons branco esperança mas despidos de familiaridade). Muitas destas mulheres, homens chegam à consulta depois de uma viagem de transportes públicos, de trânsito infernal e o mundo desaba. O cancro chega a muitas destas pessoas a dias do aniversário, do Natal, da festa de formatura de um filho. Ali, no edifício principal do Instituto, mesmo em frente à Clínica da Mama encontram-se imagens que prometem não deixar ficar ninguém indiferente.
“Sweet October – Reflexões de empatia sobre as marcas de uma batalha” é da autoria e responsabilidade de Ana Bee, que entre sorrisos, abraços e lágrimas recebe amigos, familiares e perfeitos desconhecidos que fizeram questão de marcar presença. A exposição – em que todos/as posaram sem reserva ou preconceito – estará patente até ao próximo dia 31 no átrio principal da unidade hospitalar. Todos os modelos são reais! Não há makeup, sets de passadeira vermelha! O negro no fundo, o rosto esbranquiçado e o olhar inundado de sentimentos: da esperança ao medo.
Paula, Lucinda, Ana, Ivete são todos nomes verídicos que lutam com todas as forças para não fazerem parte da estatística. Agostinho também esteve presente, e sorridente.
No meio de tantas consultas, exames, radiações, sessões de quimioterapia e cirurgia, viver com menos uma parte do corpo era o “menor” dos problemas. Ivete chega sorridente, tal como na sessão, posa para o Pedro com uma amiga junto ao seu retrato. A empatia tem nomes, rostos, signos e feitios. Um projecto que engloba fotografia, palavras e emoções. Nomes que de certo todos conhecem da cultura quiseram “… pintar a minha vida de todas as cores…” deixaram o seu contributo e cada rosto tinha um poema, um pedaço de canção, uma prosa definida.
Ali, contam-se quinze histórias diferentes, quinze rugas, quinze cicatrizes, quinze idades. No aglomerado de emoções cruzam-se batas, numa mesa junto ao vidro flores brancas e marca-livros com uma frase de Albert Camus que leva toda e qualquer alma a viajar para lugares melhores, jardins encantados, fins de tarde ensolarados na companhia da família… “… e no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível…”.
Maria da Conceição posa junto ao seu retrato, o diagnóstico chegou no mês do natal de 2016, não esconde a emoção e abraça uma amiga jovem de cabelos loiros soltos pelas costas. Não se ensaiam grandes discursos, as palavras todas vão de encontro aos afetos, aos sorrisos, aos olhares de esperança e de que tudo ficará bem! Mas nem sempre fica…
Para Ana Lopes, a poesia de Suzy Silva assenta na perfeição das emoções que viveu:
Tenho lágrimas que não choro
Por serem sonhos guardados
Mas tenho a vida que vivo
Tenho na alma um eterno fado
Ali, em poucos metros quadrados cruzam-se histórias de vida, uma delas com três episódios de cancro em três fases distintas da vida: 2003, 2007 e 2016.
A manhã do primeiro dia de Outubro ficará para sempre eternizada numa imagem, uma imagem carregada de sorrisos e esperança. Aos que partiram resta a saudade e as memórias.
O final de tarde solarengo de sexta-feira – 21 – em Vila Nova de Famalicão foi palco da inauguração de um espaço que promete dar que falar. O alojamento local por si só não é sinónimo de reservas, dormidas, sucesso. Há-que lutar para chegar onde nos comprometemos. E não temos dúvidas que é esse o espírito de Marta e Vivian.
São amigas, são sócias, são cunhadas e vêem na família um porto de abrigo, capaz de as fazer sorrir nas alturas mais difíceis que todos atravessamos. O Wake Up Famalicão é um lugar único. Um edifício de três pisos datado dos anos cinquenta além de estar plantado no centro da cidade entre a Avenida 25 de Abril e a Praça 9 de Abril, nomes como Amália Rodrigues, Paula Rego, Carolina Beatriz, Ferreirinha convidam a uma estadia, numa cidade repleta de recantos para descobrir e árvores verdes para uns momentos à sombra. O edifício foi inteiramente renovado pelas ideias e mãos de Serafim e Ilda Rodrigues – pais de Marta e Tiago – e o projecto começou a ganhar forma em 2012.
O espaço fica a trinta e sete quilómetros da cidade do Porto, a vinte e quatro de Braga e vinte e nove de Guimarães. A abertura do espaço contou com a presença do Ex.mº Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, um amigo da família e conhecedor do trabalho e dedicação na sua cidade do pai e avô de Marta. De resto, durante o seu discurso que antecedeu o desenlace, Paulo Cunha agradeceu às responsáveis do projecto por apostarem no concelho e pela imagem no feminino criada no Wake Up.
O brilho no olhar de Marta e Vivian era notório, desde logo à nossa chegada pouco depois das dezassete para uma inicial recolha de imagens e reconhecimento da casa. O primeiro piso apresenta um lounge com cadeiras confortáveis, prospectos de apresentação de Famalicão e os seus eventos e uma televisão de ecrã plano, que aliás está ao dispor dos hóspedes em todos os quartos, são seis no total.
No primeiro piso, no corredor ao fundo da sala marcamos encontro com as palavras de Amália Rodrigues, os traços de Paula Rego, os tons durienses na homenagem à grande mulher Ferreirinha e Carolina Beatriz, numa também referência ao empreendedorismo no feminino. Todos os quartos são de tipologia twin (com camas individuais), no entanto no segundo piso nos quartos de Ana Plácido & Camilo Castelo Branco / Elzira e Arthur Cupertino de Miranda existem camas de casal e uma individual no piso superior (ideal para famílias com filhos pequenos).
Para que os presentes ficassem a conhecer um pouco mais do conceito do Wake Up – distribuíram pelos quartos uma apresentação do pequeno-almoço e recepção aos hóspedes com uma garrafa de champanhe, fruta e miniaturas.
A maior parte dos convidados e presentes fizeram uma visita guiada pelos dois pisos e aproveitaram a boa música e o bom tempo para dois dedos de conversa no hall de entrada.
Um momento que não podíamos deixar de partilhar. Nesta imagem presentes quatro gerações da família.
Depois da visita e explicação dos tons e decoração utilizados em cada quarto , Marta e Vivian procederam ao corte do bolo com a ajuda do presidente da autarquia, Paulo Cunha.
Para o futuro e eternizado, a placa feita para a inauguração e assinada pelo presidente Dr. Paulo Cunha.
Durante a tarde, Serafim Rodrigues e sua mulher – Ilda receberam os convidados e trocaram palavras, muitos foram os amigos que não quiseram deixar fugir a oportunidade de dar um abraço e conhecer um espaço que estamos certos – revolucionará o turismo e a oferta de proximidade de Famalicão.
Para conhecerem o Wake Up Famalicão aqui disponibilizamos os endereços:
www.wakeupconcept.com
www.instagram.com/wakeupconcept
“… qualidade ou condição do que ou de quem não é dependente de algo ou de alguém…” é esta a definição de independência no Dicionário da Língua Portuguesa. Espinho comemorou 130 anos no passado dia 23 com um programa recheado de actividades e com a companhia – tal como acontecera em 2018 – do sol e céu azul. A manhã começou com a recepção aos convidados por parte de Vasco Alves Ribeiro, Vitor Sousa e o staff que o acompanha na Junta de Freguesia na rua 23: Pinto Moreira, Vicente Pinto, Lurdes Ganicho, Quirino Jesus, Manuel Dias e Hélder Rodrigues fizeram questão de marcar presença e parabenizar Espinho e os espinhenses.
O momento do hastear da bandeira terminou com uma salva de palmas do outro lado da rua e com a fotografia de família antes da inauguração da exposição “Ponte Habitada” por parte de alunos da disciplina de arquitectura da ESAD – Escola Superior de Artes e Design, Matosinhos – do professor espinhense João Nuno.
O projecto a que dez alunos disseram presente visava a criação de uma estrutura para substituir a já extinta ponte sob o rio Largo – que caíra no final do ano transato. Ao início da noite deu-se a entrega dos prémios às duas estruturas vencedoras. Embora só existisse uma ponte em cima da mesa está a colocação de uma segunda estrutura – muito provavelmente a que ficara em segundo lugar do concurso, todas elas feitas em madeira e que podem ser visitadas no edifício da Junta.
Antes do (Porto de Honra) na sala adjacente ao átrio em que passou um vídeo de apresentação das obras a concurso, houve uma visita dos convidados à exposição.
O parceiro Aipal e a Casa Alves Ribeiro – ambas na Rua 19 e associados da Associação Comercial Viver Espinho – contribuíram com uns húngaros e uma garrafa de vinho do Porto. Com as energias repostas foi endereçado o convite a uma romagem ao Cemitério para homenagem aos autarcas já falecidos e depósito de uma coroa muito bonita no jazigo municipal.
Ao cemitério foram representantes do Município, da Junta de Freguesia e Assembleia.
Momento de silêncio por todos os que já partiram…
Seguiu-se a colocação da coroa no jazigo dos autarcas por parte do Vasco Alves Ribeiro e Pinto Moreira.
A comitiva confraternizou mais alguns minutos e houve lugar às despedidas. Horas mais tarde estava marcado o concerto no Auditório da Junta de Freguesia, um momento em parceria com a Academia de Música de Espinho. O certame contou com a Espinho EPME Metais Ensemble com Sérgio Pacheco no trompete e direcção musical.
O momento dos metais contou com interpretação de obras de Monteverdi e Gabrieli. Nos trompetes estiveram:
Na trompa estiveram:
No trombone:
No eufónio Eugénia Cunha e na tuba Rogério Contreiras.
Sérgio Pacheco é Chefe de Naipe de Trompete da Orquestra Sinfónica do Porto – Casa da Música. Completou a sua formação na Artave – Escola Profissional Artística do Vale do Ave e, mais tarde, no Royal College of Music em Londres. Foi Primeiro Trompete Auxiliar da Orquestra Gulbenkian.
Outro grande momento do dia estava guardado para o final com a subida ao palco da Orquestra Camareta com Rodion Zamuruev no violino e Roberto Valdés (também em violino) e direcção musical. O violinista russo é professor no Conservatório de Moscovo, director artístico e solista do Ensemble Mobilis.
Já Roberto Valdés foi-se tornando reconhecido solista e músico de câmara, tanto em solo americano como europeu tendo tocado as mais icónicas obras para violino, clássicas e da América Latina.
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