– Vamos ao cinema!?
Essas palavras soam a magia, se calhar da mesma forma que dragão soa um portista dos sete costados. Antes de pensar no que escreveria por aqui em jeito de desabafo, visitei a Wikipédia para chegar à definição de “cinema” e passo a citar:
“… A arte e a técnica de fixar e reproduzir imagens que suscitam impressão de movimento…”.
A única coisa que me impressionou talvez não tenha sido isso mas de ter encontrado uma sala da UCI Arrábida a abarrotar de lugares vazios. Cheguei ao cinema já a atriz principal – loira, imagino que tenha a ver com o Mamma Mia fazer uma homenagem aos ABBA. As pessoas com que me desloco ao cinema depois de uma refeição a tender para o italiana já se encontravam a poucas filas do cimo da sala, não consigo precisar a fila até porque com o filme em andamento a luz é escassa. Não tenho nada contra pipocas, contra o crepitar da Cola comprada na entrada. Ah, uma coisa que descobri hoje: no Arrábida no Cinema só servem cafés aos séniores, por acaso não interessa se é o próprio a tomar ou “… passa a outro”. Bem, já me estou a deslocar do que queria dizer, do que verdadeiramente me suscitou impressão… Pouco depois de me acomodar à cadeira (provavelmente não muito longe do meio da fila) comecei a ouvir vozes, achei que seria do sistema surround mas afinal vinha mesmo da fila de trás. Não sei bem quem era nem me interessa, mas acho que uma sala de cinema deveria ter um código de ética, se não deixam entrar máquinas para filmar e partilhar no submundo da net também não deviam deixar estar ou sequer entrar personagens do género: a pessoa A a comentar o filme com a B que por seu lado tinha as plantas dos pés plantadas na cadeira número três, leia-se (eu estava na um). Como se tal não fosse suficiente estavam os dois convencidos que tinham jeito para as canções, bem… cada um desafinava à sua maneira. Achei que seria da excitação natural de estar a dois numa sala de cinema aconchegados, o problema é que não estavam. Daí até sentir uns pontapés nas costas foi um tiro, ainda nem a primeira música tinha terminado. Para evitar mostrar o meu desagrado sem olhar para trás tossi. A tosse não foi entendida como um sinal que estariam a passar a linha, passei ao ato dois, ainda antes da segunda música. Na minha mente passavam as letras do famoso grupo e eis que se não quando ouço um barulho, era a Cher a entrar de helicóptero. Parecia uma verdadeira Drag Queen. Precisei de puxar pela cabeça antes que puxasse o braço para mandar um aviso à vizinha de cima. A cada música que acabava suspirava, faltava menos uma para que o álbum fosse apresentado. Quando cheguei ao cinema antes de passar por esta novela estava a pensar num filme tranquilo, num drama, numa tragédia, em tudo menos um horror de serão.
Não lhe vi a cara mas vi-lhe a planta dos pés. Se me lembro do mais que tudo dela!? Acho que sim, falava como se não houvesse amanhã. Já a nível do canto, acho que de sexta a oito tenho um contacto que o pode ajudar a ser alguém na música, mas nunca… NUNCA, numa sala de cinema!
Francisco Azevedo
UCI Arrábida
Sala 4
20 de Setembro
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