– O António estará orgulhoso desta homenagem!
A noite fria e um jogo de futebol na cidade dos arcebispos não foram suficientes para afastar do Europarque – diga-se, em abono da verdade – um lugar que convida a um passeio sem pressa e uma experiência gastronómica no Restaurante do Lago – ao contrário do que acontece na maior parte dos concertos, a entrada dos músicos foi demorada (acompanhada de palmas) mas também não é todos os dias que se juntam duzentos e vinte músicos no mesmo palco, divinamente orquestrados por quatro maestros das quatro bandas filarmónicas do concelho de Santa Maria da Feira:
O certame “Variações Filarmónicas” serviu de encerramento às comemorações das Fogaceiras e não podia ter terminado da melhor maneira – depois de em 2019 – o filme que retrata o génio musical António Variações interpretado por Sérgio Praia. Às bandas acima referidas juntaram-se Daniel Padrão, Jaime Ribeiro, Joana Almeirante, Joana Espadinha e Luiz Ribeiro. Num auditório a rebentar pelas costuras, nomes como Emídio Sousa (Presidente da Autarquia) e Gil Ferreira (Direção Executiva do evento) e que em Fevereiro de 2019 se deslocou à capital apresentando ao irmão de António Variações o projecto.
Depois de uma leitura de um texto sobre António, as quatro bandas sob a direcção do Maestro Bruno Azevedo presentearam o público com um medley, convidando posteriormente Joana Espadinha para entoar “Adeus que me vou embora” e “Gelado de Verão”. A noite – que ficaria invariavelmente marcada por histórias de canções de António – alguns pormenores dados a conhecer couberam a Luiz
e Jaime Ribeiro (irmãos) e que logo à subida ao palco proporcionaram uma gargalhada com o título da canção e história “Que pena seres vigarista” e “Sempre ausente” com as bandas sob a batuta do Maestro Filipe Oliveira.
Os temas número seis e sete estavam reservados para a jovem feirense Joana Almeirante que tem dado que falar como guitarrista e segunda voz de Miguel Araújo – referindo que era um orgulho estar “em casa” homenageando um grande nome da música e cultura portuguesa, fazendo-se acompanhar para “Muda de vida” pela sua guitarra eléctrica e em “Quero é viver” apenas com voz.
Depois de um momento terno de Joana Almeirante, foi a vez de Daniel Padrão (artista do concelho) criar a sua “Teia” e um dos temas mais conhecidos de António “O corpo é que paga”.
O concerto caminhava a passos largos para o final – e de Braga já surgiam os primeiros zunzuns de um Sérgio Conceição a colocar o lugar à disposição depois de perder o jogo nos últimos segundos – ao palco voltou a subir Joana Espadinha com a “Canção do Engate” e “Estou além”.
Jaime e Luiz voltaram ao palco e deram a conhecer mais um conjunto de histórias do irmão que faleceu em Lisboa em 1981, e entoaram sob a direcção do Maestro Marcelo Alves a única canção que António fez de homenagem à mãe “Deolinda de Jesus”.
Para o final ficou reservado o agradecimento e reconhecimento às bandas do concelho (e respectivos maestros) e uma subida ao palco das jovens feirenses com fogaças para entregar aos convidados Joana Espadinha, Joana Almeirante, Daniel Padrão, Luiz e Jaime Ribeiro e maestros. O “clássico” encore não podia faltar e o público cantou de pé. A Festa das Fogaceiras promete regressar em 2021 com mais motivos para palmas e visitas ao concelho.
No dia 30 de janeiro (19 horas), o curador Miguel von Hafe Pérez recebe Lúcia Almeida Matos, Diretora da Faculdade de Belas Artes do Porto. A exposição ‘Cintilações: obras maiores do séc. XX português na coleção Ilídio Pinho’ vai gerar diálogo e partilha de conhecimento.
Uma conversa entre… é uma abordagem singular à exposição temporária Cintilações: obras maiores do séc. XX português na coleção Ilídio Pinho, a decorrer no Espaço João Espregueira Mendes (EJEM) até ao próximo mês de fevereiro. Conduzida por Miguel von Hafe Pérez, curador daquela nova sala integrada no Museu FC Porto, e com a participação de Lúcia Almeida Matos, Diretora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, a conversa também é uma visita aos 24 trabalhos e 18 autores apresentados no segundo momento expositivo do EJEM, inaugurado em março de 2019.
A exposição temporária Cintilações: obras maiores do séc. XX português na coleção Ilídio Pinho, aberta ao público desde outubro do ano passado e com entrada livre, é um apanhado verdadeiramente excecional de uma a três obras por cada década dos anos de 1900. Selecionadas a partir de um dos mais importantes acervos de arte do país, as obras apresentadas reúnem Almada Negreiros, Álvaro Lapa, Amadeo Souza-Cardoso, Ângelo de Sousa, Arpad Szenes, Augusto Gomes, Eduardo Batarda, João Vieira, Jorge Barradas, Jorge Pinheiro, Júlio, Júlio Pomar, Júlio Resende, Manuel Rosa, Mário Eloy, Nikias Skapinakis, Paula Rego e Vieira da Silva numa convergência expositiva que também inclui trabalhos raramente acessíveis ao público em geral.
Lúcia Almeida Matos, Professora Associada da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto dirige o Mestrado em Estudos de Arte com dupla especialização em Teoria e Crítica da Arte e Estudos Museológicos e Curadoriais e coordena as atividades do Museu da FBAUP. As suas áreas de interesse incidem sobre processos e estratégias de produção, coleção, preservação, apresentação e receção da arte moderna e contemporânea. Tem organizado exposições, publicado livros e artigos, coordenado e participado em projetos nacionais e internacionais que exploram estas temáticas. Atualmente é Diretora da Faculdade de Belas Artes.
Miguel von Hafe Pérez é crítico e curador. Colaborou com a Fundação de Serralves no Porto, foi responsável pela área de artes visuais e arquitetura no Porto 2001, Capital Europeia da Cultura. Foi também membro da mesa curatorial do Centre d’Art Santa Mònica em Barcelona e diretor do Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) de Santiago de Compostela, em Espanha. Criou o projeto Anamnese, arquivo obre a arte portuguesa de 1993 a 2003 para a Fundação Ilídio Pinho. Comissariou mais de cem exposições desde 1993, entre elas “No Tempo Todo”, uma retrospetiva da obra de Álvaro Lapa, em 2018 na Fundação de Serralves e, mais recentemente, “awdiˈtɔrju” de Pedro Tudela no Maat e “(Ainda) O desconforto moderno” de Miguel Palma no Museu Coleção Berardo, ambas em Lisboa. É responsável pela programação do Espaço João Espregueira Mendes no Museu FC Porto.
Em fevereiro (dia 20), o Espaço João Espregueira Mendes recebe mais Uma conversa entre…, com Miguel von Hafe Pérez e Laura Castro, Professora na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.
EJEM|ESPAÇO JOÃO ESPREGUEIRA MENDES – PROGRAMAÇÃO 2020
30 JAN
Uma conversa entre… –
com Miguel von Hafe Pérez e Lúcia Almeida Matos
Idades: Todas
Horário: 19H00
Preço: Entrada livre
Local: Espaço João Espregueira Mendes (Museu FC Porto)
20 FEV
Uma conversa entre… –
com Miguel von Hafe Pérez e
Laura Castro
Idades: Todas
Horário: 19H00
Preço: Entrada livre
Local: Espaço João Espregueira Mendes (Museu FC Porto)
ATÉ 28 FEV
Cintilações: obras maiores do séc. XX português na coleção Ilídio Pinho – Exposição Temporária
Idades: Todas
Horário: 10H00 – 13H00 | 14H00 – 19H00
Preço: Entrada livre
Local: Espaço João Espregueira Mendes (Museu FC Porto)
Programação e mais informações Museu FC Porto/EJEM em APP Museu & Tour e www.museufcporto.pt.
“Nesta casa mora o Dragão” – na passada sexta-feira (24) foi dado o mote para uma viagem pela história da instituição desportiva da cidade invicta no Centro Multimeios de Espinho. Se por um lado – damo-nos conta que o início do ano não deixará propriamente saudades a nível desportivo – não é menos verdade que o verdadeiro adepto se mostra ao lado da equipa e da equipa nos momentos menos bons.
A cidade de Espinho e a Casa do Futebol Clube do Porto orgulham-se (de certo) por serem a terceira cidade do país a receber uma breve fatia do imenso Museu do Futebol Clube do Porto. Depois de uma passagem a norte por Marco de Canaveses e Alfândega da Fé, foi (é) dada a oportunidade à comunidade espinhenses e em particular aos adeptos da instituição Porto a conhecer um pouco mais da sua história, a inauguração teve lugar no passado dia 24 e estende-se até dia 26 de Fevereiro. Espinho é uma cidade a poucos quilómetros da invicta e são várias as personalidades que vincaram ao serviço do emblema azul e branco, referidos – de resto – por Joaquim Pinto Moreira, presidente da Câmara Municipal de Espinho e pelo presidente da Casa do Futebol Clube do Porto sediada no Centro Comercial Solverde, tendo tido como sócio fundador e primeiro presidente Vítor Hugo, hoquista, campeão pelos azuis e brancos.
Uma outra personalidade que reúne grande carinho no seio da família portista e tem raízes na cidade é Telles Roxo, homem de confiança de Jorge Nuno Pinto da Costa desparecido na noite de Natal de 1991. Fernando Couto é outro espinhense incontornável do emblema azul, e também Vítor Pereira não foi esquecido, tendo Pinto Moreira feito uma retificação que vencera três campeonatos com os dragões, primeiro como adjunto de André Villas-Boas seguindo-se depois duas épocas, apenas com duas derrotas.
A exposição reúne uma seleção de peças originais – destacando-se – a réplica no centro da Taça UEFA (que os dragões venceram por duas vezes, em 2003 e 2011) e pretende assim proporcionar um acesso à riqueza e diversidade do espólio portista, mas fica aqui o convite para uma visita (com tempo) ao próprio instalado no Estádio do Dragão. Também disponível para visualização na Galeria do Centro Multimeios – um conjunto de fotografias e apresentações audiovisuais de cinco referências no fotojornalismo: Bruno Neves, Gaspar de Jesus, Malacó, Manuel Lopes e Ricardo Pereira.
A inauguração contou com a presença de um dos rostos do bilhar do Futebol Clube do Porto – Alípio Jorge – elementos da estrutura do Museu e ex-dirigentes como Júlio Marques.
A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo a partir das 09h30m até às 22h00. Para mais informações não hesite em visitar o www.museufcporto.pt
Se ao momento da entrada na porta lateral norte da Igreja Matriz N.ª Sra. da Ajuda, me pedissem três palavras / sentimentos sobre música e fé diria sem hesitar os seguintes:
A vida que escolhi – e pela qual luto desde Agosto de 2012 – tem-me dado oportunidades de conhecer e vivenciar experiências que por muito que queira – não consigo expressar em palavras – mas fica aqui a promessa que tentarei transmitir ao máximo em imagens e pensamentos o que foi a segunda noite do ano novo na cidade que me viu nascer. Ao sair de casa olhei o céu, e por ali, julguei tratar-se de uma bênção, havia muitas estrelas a iluminar o caminho. Umas horas antes havia recebido o contacto para assegurar a reportagem do Concerto de Ano Novo para o Município. Em palco uma conjugação perfeita de notas musicais e vozes de pessoas amigas, que aqui e ali fui reconhecendo nos quatro patamares junto ao Altar. A Orquestra MSS Consort e o Orfeão de Espinho magicamente guiados pelo Maestro Samuel Santos.
A noite havia ainda começado e no “guião” estavam já reservadas surpresas, desde logo a intervenção vocal estrondosa do Maestro – que a título de curiosidade – tinha sob sua orientação a filha e na plateia a esposa, também ligada à Música. Samuel Santos nasceu em 1972 em Moçambique e desde tenra idade manifestou interesse pela música. Desenvolveu os seus estudos em Portugal e posteriormente em França e Suíça aprendendo Órgão Litúrgico, Flauta Transversal integrando também na altura coros juvenis. Desde 2012 que dirige duas academias de música e um projecto “música para pais e bebés” em vários pontos de Portugal.
A MSS Consort foi fundada em 2012, sendo pertença do grupo de ensembles vocais e instrumentais da Produtora DaMusTeArtes – tendo iniciado a sua actividade sob a sigla “Maia Ensemble”, é composta por músicos profissionais, instrumentistas de carreira nacional e internacional, oriundos do norte e centro do país – assumindo assim uma representatividade que se reflete na forma interpretativa das suas obras. Do curriculum fazem parte participações em diversos auditórios como o da Exponor, o Fórum da Maia e a Casa da Música.
A área de intervenção da jovem orquestra situa-se entre o período barroco e romântico, e as pessoas que preencheram os bancos da Igreja não se contiveram em alturas de palmas e chegando até a ovacionar de pé os intervenientes da noite. Como é perceptível na imagem, os músicos estiveram ladeados por público, entre os quais uma representação de um país pertencente aos PALOP (Países de Língua Oficial Portuguesa). A orquestra é liderada pela produtora Sandra Araújo, tem como secretário de orquestra o primeiro violino Tiago Rodrigues e claro – dirigida pelo seu fundador, o Maestro Samuel Santos.
Em conjunto – o Coro e Orquestra presentearam os presentes com temas de:
O Município esteve representado pelo seu Vice-Presidente Dr. Vicente Pinto e esposa, a Junta de Freguesia pelo seu Presidente – Vasco Alves Ribeiro – e esposa, e a Associação Comercial Viver Espinho (Parceiro Espinho Cidade Encantada) Major Nunes da Silva.
O Orfeão de Espinho – conta já com mais de cem anos de existência – foi fundado na segunda década do século XX, mais precisamente a 11 de Fevereiro – e desde então – que mantém a sua actividade, da sua história faz parte a regência do Maestro Fausto Neves. Também ninguém esquecerá a execução do Hino a Nossa Senhora da Paz “Miraculosa” de autoria musical de Fausto Neves e letra da Carlos Moraes. Da memória farão também sempre parte em 2007 quando as vozes do Orfeão de Espinho se fizeram ouvir na Assembleia da República.
O Coral do Orfeão de Espinho divide-se em: Sopranos, Contraltos, Tenores e Baixos que passamos a divulgar os nomes:
SOPRANOS
CONTRALTOS
TENORES
BAIXOS
Este grupo foi acompanhado ao piano por Isabel Rodrigues.
Factos históricos relevantes relativo ao Orfeão: em Novembro de 1931 foi distinguido com a Comenda de Cavaleiro da Ordem de Benemerência pelo governo de então, medalha de prata da cidade de Espinho, Corbata de Honra da cidade da Corunha e Sócio Benemérito dos Bombeiros Voluntários de Espinho.
O Maestro protagonizou ainda um segundo momento especial na noite de ontem – em que desceu do palco, e sem recurso a microfone contou uma história e causou surpresa com uma jovem violinista a irromper pelo corredor central, juntando-se depois à orquestra junto ao Altar. Num certame que durou perto de uma hora, ninguém arredou pé e o já “tradicional” encore aproveitado por todos a recordar a época festiva que termina no próximo fim-de-semana com o Dia dos Reis. O tema “Silent Night” foi lindo e emocionante como pode ser visto no nosso Facebook em:
https://www.facebook.com/fpstudip2018/videos/1031187100569371/?epa=SEARCH_BOX
O feedback no final da noite era muito positivo, e alguns presentes referiram mesmo que foi o melhor concerto dos últimos anos, verificando-se assim uma aposta ganha pelo Município.
Texto: Francisco Azevedo
Fotografia e Vídeo: Francisco Azevedo
A reportagem (na íntegra – fotografias) podem ser consultadas no Facebook da Focal Point Studio no Facebook.
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Francisco Azevedo: francisco.azevedo@focalpoint.pt
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